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quinta-feira, março 28, 2024
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Greve Geral: manifestações pacíficas são dispersadas com violência pela Polícia Militar

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A Greve Geral no Estado teve início por volta das 4 horas desta sexta-feira (28) com bloqueios nas principais vias de acesso na Grande Vitória, além de rodovias federais no interior. Na Grande Vitória houve concentração na Terceira Ponte, na Avenida Dante Michelini, em Carapina e em Cariacica.

Apesar de a manifestação contra medidas que retiram direitos dos trabalhadores – como a Reforma Trabalhista (PL 6.787/16) e da Previdência (PEC 287/16) – ter sido conduzida de maneira pacífica, houve repressão da Polícia Militar ao movimento em, pelo menos, dois pontos.

Na Terceira Ponte, onde se reuniam trabalhadores de sindicatos abrangidos pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Estado (Fespes) havia, no início da manhã, um acordo com a polícia para que houvesse a saída da Praça do Pedágio às 10 horas. No entanto, por volta das 9h20, os policiais da Tropa de Choque deram cinco minutos para que houvesse a desmobilização e, ao fim do tempo, foram arremessadas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na direção dos manifestantes.

Do caminhão que dava apoio à manifestação, um dos locutores lembrava que os policiais, assim como os que protestavam, também eram trabalhadores e até pouco tempo recebiam apoio destes durante o movimento dos familiares de PMs, que paralisou as portas de batalhões e, em consequência, a saída de viaturas e o policiamento ostensivo por 22 dias no mês de fevereiro.

Sob bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, os participantes do movimento que estavam naquele ponto seguiram, então, para o cruzamento das avenidas Reta da Penha e Desembargador Santos Neves, onde continuaram a manifestação.

Uma grande faixa (abaixo) nas proximidades do acesso à Praça de Pedágio pedia a saída do governador Paulo Hartung (PMDB).

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No Centro de Vitória também houve repressão ao protesto que acontecia em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo estadual. Os manifestantes chegaram a ser atingidos por balas de borracha. Assim como aqueles que estavam na Terceira Ponte, estes manifestantes também seguiram para a Reta da Penha.

O presidente do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), Ernani Pereira Pinto estava presente na manifestação do Palácio Anchieta e disse que os participantes se surpreenderam com a repressão da Polícia Militar. Segundo ele, foi construído um movimento forte e bem organizado e os participantes tinham um objetivo muito claro de demonstrar a insatisfação, resistindo contra as reformas e a terceirização irrestrita. No entanto, houve a dispersão violenta por parte da PM com, inclusive, diversos portuários atingidos.

Com o contratempo, parte dos participantes voltou para os piquetes no Porto de Vitória e outra seguiu em direção à Reta da Penha para a conclusão do ato à tarde em frente à Federação das Indústrias do Estado (Findes).

Além da ameaça de repressão pela Polícia Militar, na Avenida Dante Michelini, na Praia de Camburi, os participantes do movimento – que incluíam pequenos agricultores e metalúrgicos – também enfrentaram a intolerância dos moradores do entorno. Houve xingamentos aos manifestantes e até tentativa de agressão no local, que foi um dos poucos pontos onde não houve repressão policial.

A caminhada dos manifestantes segue pela Avenida Reta da Penha, com destino à Findes, para o encerramento do dia de protestos com um ato público, marcado para a tarde desta sexta-feira.

Reformas

O texto-base da Reforma Trabalhista, aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (26) é visto como um retrocesso sem precedentes para a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Dentre as mudanças que a matéria gera está o negociado sobre o legislado, ou seja, o que passa a valer é o negociado entre patrões e empregados, e não o que determina a CLT, o que é apontado como a precarização das relações de trabalho.

O projeto também permite a terceirização irrestrita nas empresas, inclusive nas atividades-fim; parcelamento de férias em até três vezes; permite jornada de até 12 horas seguidas, por 36 de descanso para mais categorias; e tira da Justiça do Trabalho a atribuição de anular acordos coletivos ou individuais de trabalho, enfraquecendo essa corte. Depois da apreciação da Câmara, a matéria segue para o Senado.

Já a Reforma da Previdência, segundo as entidades que protestam contra a medida, representa o desmonte da Seguridade Social em beneficio dos bancos e operadoras de previdência privada.

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