Por Fabiano Peixoto
@reportercapixabanews
No próximo dia 18 de maio, a cidade de Marataízes será palco de mais do que um torneio esportivo — será a celebração de uma história de superação, amor ao esporte e inspiração. O “1º Torneio de Vôlei de Praia Feminino – Amigas da Bel” marcará o aniversário de Isabel, carinhosamente conhecida como Bebel no meio esportivo, uma maratimbense que se consagrou campeã estadual e Rainha da Praia no Espírito Santo.
Longe das festas tradicionais, churrascos ou cerimônias formais, Isabel escolheu comemorar seu aniversário nas areias, com aquilo que mais ama: o vôlei.
— Enquanto muitos fazem festas, eu escolhi organizar um campeonato e reunir amigas para jogar. Isso é o que me faz feliz — revela a atleta, emocionada.
A logomarca do evento traz a cor laranja, em apoio à campanha Maio Laranja, reforçando que o esporte também pode ser um instrumento de conscientização.
O torneio começa às 8h, no Centro de Treinamento Geanice Machado, localizado na rua atrás do Píer 2, no Centro de Marataízes. A expectativa é de um dia de muita vibração, jogadas emocionantes e, acima de tudo, amizade e celebração da vida.
A trajetória da guerreira das areias
Isabel, mãe de três filhos — Mirella, Gabriella e Henrique —, é um exemplo de persistência. Em 2014, com 1,62 m de altura, desafiou os estereótipos do esporte e se destacou no cenário estadual. Ao lado da jovem parceira Jéssica, de apenas 17 anos e 1,65 m, conquistou quatro etapas do Circuito Capixaba de Vôlei de Praia — em Vila Velha, Jacaraípe e Barra do Sahy — e chegou à última etapa, em Camburi, já campeã antecipada, com 1.200 pontos.
Os títulos vieram com o importante apoio técnico do treinador Kedinha, figura fundamental em sua preparação e evolução dentro das quadras de areia.
— Altura não é tudo. A experiência, a parceria e o amor pelo jogo fazem a diferença — afirma Isabel, que se inspira na lendária Shelda, ex-jogadora de vôlei de praia que também desafiou a lógica da altura no esporte.
Sua trajetória inclui pausas e recomeços. Começou a jogar aos 10 anos, mas parou aos 18 por falta de apoio. Onze anos depois, o amor pelo esporte falou mais alto. Em 2014, pediu demissão do emprego para voltar às quadras de areia.
— Não foi pelo dinheiro, mas pela paixão. Queria mostrar aos meus filhos que nunca devemos desistir dos nossos sonhos.
O retorno trouxe frutos: além do título estadual, foi também campeã do Rainha da Praia e ficou entre as oito melhores atletas do Espírito Santo.
— Foi um presente divino. Nem imaginava voltar, muito menos vencer — conclui.