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quinta-feira, abril 25, 2024
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Comandante da PM do Sul do Estado defende ato de protestos de esposas e familiares dos Militares.

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O comandante da Polícia Militar no Sul do Estado, tenente-coronel Alexandre Quintino, concedeu entrevista ao vivo nesta segunda- Feira, em uma emissora de TV em Cachoeiro de Itapemirim Sul do Estado, o comandante apoiou e legitimou o movimento realizado por familiares de policiais, que desde a última sexta-feira protestam em frente dos Batalhões da Polícia Militar.

Entenda o porquê que os familiares estão manifestando em frente aos batalhões segundo o comandante no Sul do Estado em entrevista ao vivo:

“Eu quero falar quanto da legitimidade desse movimento, é legítimo, é necessário.

A Polícia Militar está passando por uma defasagem enorme, sem aumento de salário há 7 anos. Nossos policiais, nossos soldados, nossos cabos, estão passando por necessidade, e neste momento, os familiares dos policiais que estão passando por problemas gravíssimos chegaram no limite.

Quero parabenizar essas mulheres, essas guerreiras que arregaçaram as mangas e foram para frente das organizações policiais dar o seu grito de basta. Nós não aguentamos mais, nós estamos passando por falta de comida, por falta de necessidade básica. Então a legitimidade deste evento que está acontecendo por essas mulheres, por esses familiares, por militares da reserva, nós temos na verdade dizer que vocês estão de parabéns, para vocês mulheres aqui vai as nossas continências.

A polícia militar é um serviço de urgência e emergência, assim como tratamento hospitalar, assim como recolhimento de corpos, embora que a greve não é feita por policiais militares, são pessoas ligadas a policiais militares que estão fazendo o cerco. Nós da polícia militar, nós temos que ver que ao menos 30% desse serviço tem que atender a comunidade. A comunidade de Cachoeiro não pode ficar ao léu, não pode ficar por conta de marginais, não pode ficar por conta de arruaceiros, depredadores, que realmente foi isso que aconteceu.

Essa noite, infelizmente, houve depredação do patrimônio público e privado.

A polícia está há 185 anos defendendo a comunidade, de braços abertos, sempre apoiou a comunidade. Nós nesse momento reconhecemos a legitimidade do movimento, mas ao mesmo tempo, a sociedade está formada por pai de família, por empresários, que da mesma forma, não pode ficar abandonado pelo Estado. Hoje ficamos a manhã inteira debatendo com todos os comandantes da região sul, na reunião estava o prefeito do município, estava o Coronel Rui Guedes Barbosa Júnior, que é secretário de segurança e trânsito.

Eu não vou falar sobre essa crise, porque não tenho conhecimento técnico nenhum se o Estado pode ou não dar o aumento, mas o que posso falar o conhecimento que detenho em policiamento ostensivo é que nos não temos um único processo de policiamento ostensivo que é a rádio patrulha na rua, nós não temos só RP.

As barricadas que as mulheres estão fazendo impedem o trabalho de rádio patrulha, mas nada impede que o Comando do Batalhão e o Comando Regional determine que policiais que estão escalados em serviços, que estão impedidos de trabalhar na RP, que faça o policiamento ostensivo a pé e garanta no mínimo o policiamento ostensivo na região de comércio, que garante os comerciantes podem trabalhar e é isso que nós vamos lutar, é isso que vamos tentar voltar incrementar, isso é uma negociação que eu vou fazer. Eu não estou aqui pra impor, ainda mais que posso até inflamar a situação de negociação, porque os cabos e soldados de sargentos que estão na rua, eles estão lutando pelos interesses deles, mas eles estão lutando pelo nosso interesse também.

A minha panela está fazia, assim como a panela do cabo está vazia, o nosso salário está defasado, isso é uma verdade.

Hoje, os policiais militares que estariam de serviço na rádio patrulha, estarão escalados em policiamento ostensivo a pé, eles não podem descer de viatura porque talvez tenham sido formado barricadas com as mulheres que estão lutando pelos direitos delas. O policiamento ostensivo a pé, quando ele for escalado, não dar para dizer que ele não vai, porque é um dever dele, o dever dele é fazer policiamento ostensivo de RP, o dever dele é fazer ostensivo de bicicleta, de moto e a pé.

Eu quero frisar como policial militar do sul do ES, que tem 25 anos de policia militar só no Sul do ES, que tem amigos soldados, que tem amigos cabos de todas as graduações, o comando do policiamento ostensivo regional Sul não está aqui para furar qualquer movimento, qualquer reivindicação, mas eu não posso deixar o cidadão de bem à mercê de marginais.

A intensão é essa, pegar os policias que estão escalados no RP, posicionar em pontos estratégicos, aquele ponto comercial onde está havendo uma maior demanda, nos já teremos uma resposta imediata pelo estado. Os policiais estarão lá, eu quero acreditar nisso, eu quero acreditar que eles vão cumprir essa escala, porque talvez eu não possa determinar o cumprimento de uma escala de RP, porque os nossos quarteis estão cercados e não tem autorização por parte desse comandante, de nenhum policial militar encostar a mão em qualquer mulher, qualquer filho, em qualquer parente dessas guerreiras que estão na porta do quartel, lutando pelo interesse da policia militar e pelo meu interesse também”.

Já a Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Espírito Santo (Assomes/Clube dos Oficiais) e demais entidades de classe do militares também alertaram o governador Paulo Hartung e o secretário da Segurança Pública, André Garcia, sobre a insatisfação da tropa com o descaso do governo com a PM e seus profissionais.

De acordo com o presidente do Clube dos Oficiais, major PM Rogério Fernandes Lima, a entidade informou o governo por diversas vezes que a situação dos militares capixabas é precária,. Para ele, a manifestação dos familiares dos policiais é legítima e só vai parar quando as reivindicações sejam atendidas. Dentre outras reivindicações, os PMs lutam por melhorias salariais:

“A Assomes buscou um entendimento com o governo do Estado durante todo o ano de 2016. Apresentamos propostas para o debate e algumas delas não tinham repercussão financeira, mas, mesmo assim, não avançaram por causa do próprio governo. Já havíamos relatado, inúmeras vezes, que a situação dos militares estaduais era muito precária. O movimento das esposas, familiares e amigos dos policiais militares é legítimo.  Quem tem fome tem pressa. O movimento das esposas continuará até que sejam atendidas”, afirmou o major Rogério.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, chegou no Espírito Santo na tarde desta segunda-feira. O Estado-Maior das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, em contato com o Comando Militar do Leste, ao qual as tropas do Espírito Santo estão subordinadas, iniciaram um planejamento operacional seguindo os procedimentos administrativos para a Garantia da Lei e da Ordem.

 Tropas federais já chegaram à Grande Vitória para garantir a normalidade da segurança do estado. “Há uma situação de gravidade aqui em Vitória, porque as polícias estão, ao que eu tenho informação, impedidas de se deslocarem para exercerem suas funções porque familiares, mulheres dos policiais estão fazendo bloqueios. Isso tem levado a uma situação que, praticamente, não se tem Polícia Militar na rua”, afirmou Jungmann.

Os familiares dos policiais militares ficarão em acamamento de protesto em frente aos batalhões até que as reivindicações sejam atendidas pelo governo do estado.

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