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Filho mata a mãe que cuidava de uma deficiente que morreu também em Piúma

Filho mata a mãe que cuidava de uma deficiente que morreu também, em Piúma. Os corpos foram achados hoje em decomposição

*Todos os créditos ao Portal de Notícias www.espiritosantonoticias.com.br

Por: Luciana Máximo

Carmem foi assassinada pelo próprio filho – foto arquivo pessoal

Valdete pode ter morrido de fome, sede e falta dos medicamentos, Carmem foi assassinada

Valdete morreu possivelmente de fome e sede- Foto arquivo (enviada por Carmem quando pediu ajuda a última vez ao jornal)

Dois homicídios, a cuidadora Carmem dos Santos foi morta há alguns dias e a paciente que ela tomava conta e residia na Rua A, Casa 27, no bairro Lago Azul em Piúma, a portadora de necessidades especiais Valdete Maria Cordeiro de Farias, 53 anos também foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira,07.

A casa onde o crime ocorreu – Luciana Maximo

A Polícia Civil (PC) foi acionada e foi averiguar, chegando a Casa, que estava fechada um odor insuportável, os policias arrombaram a porta e encontraram as duas mortas. O corpo de Carmem já em adiantado estado de decomposição em um quarto da residência e o cadáver de Valdete na cama, em outro quarto, com os pés pendurados como se tivesse tentado sair da cama e não tivesse conseguido, desistiu e acabou morrendo. Tudo indica que pela falta dos medicamentos, água e alimento. A cena do crime é terrível.

Os vizinhos estão apavorados com o crime, todos são unanimes em afirmar que Carmem cuidava há muitos anos de Valdete e há dias ela não é vista.

A Reportagem foi ao local do crime e conversou com a investigadora Mara Batista. “O delegado tomou conhecimento hoje deste fato, pediu que deslocássemos até a residência. Ao estacionarmos o carro, logo percebemos o odor forte, entramos na casa e nos deparamos com Dona Carmem morta, infelizmente já em estado avançado de decomposição e no outro ambiente da casa, também encontramos dona Valdete morta. Estamos aguardando a perícia para fazer os trabalhos técnicos”, adiantou Mara Batista, investigadora da Polícia Civil.

Mara frisou que conversou com vizinhos de Carmem que cotaram que perceberam a ausência, mas acharam que a Valdete estava internada, por isso não tiveram a curiosidade de saber o porquê, já tinha dias que elas não eram vistas. “O estado já é de composição. Não posso adiantar mais porque não me compete, mas um corpo já está mais que o outro, eu não sei sé é algum tipo de lesão porque não sou perita. A impressão que eu tenho é que, devido a morte de Carmem, dona Valdete tenha falecido por falta de cuidados, remédios, água e alimentação”, salientou Mara, PC.

A Polícia já prendeu o suspeito, o filho de Carmem que confessou o crime, ele está à disposição da Justiça.

A família de Valdete não cuidava dela, Carmem sempre reclamava que ainda sofria humilhações, contou ao jornal algumas vezes quando pedia ajuda.

Sempre pedia ajuda – colocava a boca no trombone

A última vez que Carmem pediu ajuda ao jornal foi para denunciar a situação da rua em que morava e que o acesso era ruim. No dia 02 de setembro Valdete passou muito mal e precisou ser retirada de sua casa às pressas, mas para a maca chegar até lá foi preciso mais do que um esforço hercúleo, pois a rua está em péssimas condições. Crateras, barranco despencando, valetas que engolem os pneus. E quando chove, fica pior ainda. A ambulância teve dificuldades em chegar perto da residência. “Bom dia Luciana Máximo, entendo que você tenha muitas coisas importantes para resolver, matérias para serem escritas, mas, como esta é a única jornalista que fala e mostra a realidade, estou passando estas fotos pra você, aqui é a situação da saída da minha casa já pedi providências e até agora nada, pois a prioridade é a orla da praia. Luciana, ontem eu caí aqui, pois o barranco está todo cedendo, já não estou podendo nem sair de casa, eles não fazem nada, ontem de novo, o carro da compra quase caiu no meu quintal, peço, se a prefeitura puder fazer uma escada no canto do muro, pois não tenho condições de fazer está muito perigoso, desculpa incomodar”, solicitou Carmem.

Naquele dia 02 Carmem falou da fragilidade de Valdete e dos cuidados que ela precisava receber. ““Valdete está internada no Hospital Nossa Senhora da Conceição, ela recebe auxílio doença, não é aposentada. Recebo algumas doações, pois os medicamentos nem sempre têm na Farmácia Básica, é paciente de risco, faz uso de Ensure, um complemento alimentar devido a doença generalizada, passa mal de repente e depende do socorro da ambulância que passa por graves dificuldades de acesso até minha casa para buscar’, explicou Carmem Santos”.

Carmem cuidou durante muitos anos do esposo de Valdete, quando ele morreu ela passou a cuidar de Valdete.

Há dois dias o fisioterapeuta da Prefeitura esteve na residência chamando por Carmem mas ninguém atendeu.

A dona de casa Luzimar Maria de Oliveira, 54 anos, vizinha de Carmem e Valdete contou que a cuidadora sempre cuidou muito bem da casa e de Valdete. “Há muitos anos que Carmem cuidava dela, cuidou do marido de Valdete também. Ante ontem o fisioterapeuta da prefeitura esteve aqui, chamou, chamou e ninguém atendeu, ficou um tempão em frente à casa e ainda me disse: estou aqui chamando para que vocês me vejam que estive aqui e elas não estão em casa. Carmem era muito boa, muito cuidadosa, toda vez que a ambulância vinha aqui, a gente a ajudava a arrastar pelo morro. Uma tristeza muito grande, estou chocada com uma coisa desta”, ressaltou Luzimar.

Os corpos estão no local aguardando a perícia da Polícia Civil que já foi acionada.

Fotos/Luciana Maximo

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