sexta-feira, maio 16, 2025
sexta-feira, 16 maio 2025

Léo Português enfrenta crise na Administração: greves, reajuste negado e protestos marcam semana de caos em Anchieta

Por Fabiano Peixoto – @reportercapixabanews

O município de Anchieta enfrenta uma grave crise na administração pública, marcada por protestos, paralisações e denúncias de incoerência na gestão dos recursos humanos. Servidores municipais, organizados pelo SINFA (Sindicato dos Servidores Públicos de Anchieta), anunciaram uma paralisação geral para o próximo dia 21 de maio, com manifestação programada das 8h às 12h, em frente à sede da Prefeitura.

O estopim do movimento sindical foi a negativa da gestão municipal em conceder a revisão salarial anual aos servidores efetivos, mesmo após meses de tentativas de negociação. Segundo o SINFA, a defasagem salarial acumulada já ultrapassa os 38%. Em contrapartida, a atual administração teria criado quase 200 novos cargos comissionados, com reajustes que chegaram a até 50% em algumas funções — inclusive no cargo com menor remuneração, que recebeu aumento de 8%.

A decisão do prefeito Leonardo Abrantes de não conceder qualquer índice de reajuste foi comunicada apenas no fim de maio, apesar de a legislação municipal (Lei Complementar nº 119, que altera a Lei Complementar nº 27/2012 – Arts. 1º, 2º e 3º) determinar que o anúncio seja feito até o dia 10 de fevereiro. “Enviamos ofício no dia 3 de janeiro solicitando a abertura de diálogo, conforme prevê a lei. A gestão ignorou o prazo legal, empurrou com a barriga até o final de maio e, por fim, nos informou que não haveria reajuste, sem sequer apresentar nova data ou estudo técnico”, afirma a diretoria do SINFA.

A insatisfação é agravada pelo contraste entre a negativa aos servidores efetivos e a criação de cargos comissionados. “É incoerente o prefeito alegar falta de recursos enquanto promove o inchaço da máquina pública com aumentos salariais para cargos de confiança”, acrescenta a diretoria.

Professores também cruzam os braços

A paralisação dos servidores ocorre em meio a outro movimento grevista: os profissionais da educação de Anchieta iniciaram, hoje (15 de maio), a chamada “operação tartaruga invertida” — uma paralisação parcial para pressionar por melhorias no plano de carreira, pagamento do piso nacional do magistério, quitação de passivos e manutenção da progressão de 3,8%.

No entanto, o movimento dos professores sofreu um revés jurídico. A Justiça do Espírito Santo, por meio de liminar concedida pelo desembargador Sérgio Ricardo de Souza, declarou ilegal a greve dos profissionais da educação. A decisão, que atendeu a um pedido da Prefeitura, apontou falhas na formalização da paralisação, como a ausência de comunicado com data e hora exatas e a falta de um plano para garantir a manutenção dos serviços essenciais.

A administração do prefeito Leonardo Abrantes enfrenta críticas crescentes por parte da população e dos servidores. Nas redes sociais, o gestor foi acusado de tentar jogar a opinião pública contra os professores, ao gravar vídeos responsabilizando a categoria, em vez de apresentar soluções concretas.

Para os sindicatos, as medidas da gestão representam um ataque direto ao funcionalismo público. “É um momento de caos na administração. Direitos estão sendo negligenciados, enquanto privilégios para comissionados são ampliados. Não se trata apenas de orçamento, mas de prioridade e respeito”, conclui a diretoria.

A paralisação do dia 21 deve contar com o apoio de outras entidades, como o SINDIENFERMEIROS, SIGMATES, SINDISAÚDE e a AGM-ES. A mobilização promete levar às ruas o descontentamento de uma categoria que, ao longo dos anos, tem sido deixada à margem das decisões do poder público.

Clique aqui no link e baixe a Lei Complementar nº 119  (Lei Complementar nº 119)

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