quinta-feira, julho 3, 2025
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Marataízes: diretor do SAAE anuncia medidas emergenciais para amenizar impacto da falta d’água

Por Fabiano Peixoto

A crise de abastecimento de água continua a impactar severamente as comunidades de Marataízes, especialmente em Boa Vista do Sul e região sul do município. Há mais de uma semana, os moradores enfrentam torneiras secas, e muitos recorrem à água de lagoas para suprir suas necessidades. Em entrevista realizada nesta segunda-feira (6), o novo diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Vitor Moreira, detalhou as ações imediatas para aliviar o problema.

Segundo Vitor, a falta de água é agravada por dois fatores principais: o crescimento populacional acelerado devido à expansão imobiliária e o aumento significativo da população flutuante durante o verão. “Estamos enfrentando uma grande dificuldade operacional. A infraestrutura existente não foi projetada para atender ao aumento na demanda, especialmente em épocas como janeiro e o Carnaval”, explicou.

Como solução emergencial, a administração do SAAE colocou em operação cinco caminhões-pipa para abastecer as localidades mais afetadas, com o apoio da prefeitura de Marataízes. Vitor agradeceu ao prefeito Toninho Bittencourt pela colaboração e também destacou o apoio do Secretário de Transportes, Cecílio de Almeida Fernandes, e do Secretário de Obras e Urbanismo, Rodrigo Dadda Lugão, na disponibilização de veículos para transporte de água.

O engenheiro Germano Amaral Zonzini, também do SAAE, explicou que a principal rede adutora da região, com mais de 30 anos de uso, é insuficiente para atender à demanda atual. “Essa rede foi projetada para uma realidade bem diferente da atual. Nossos planos incluem a perfuração de poços, construção de reservatórios, substituição e modernização de equipamentos existentes e, a médio e longo prazo, a substituição dessa rede por outra com maior capacidade”, disse. Germano também mencionou estudos para a construção de uma nova estação de tratamento de água em Lagoa Funda para atender à crescente demanda.

A crise de abastecimento não é um problema exclusivo do verão. Dados do Tesouro Transparente indicam que Marataízes arrecadou mais de R$ 1,5 bilhão na última década, provenientes de royalties do petróleo e do Fundo de Participação dos Municípios. Apesar disso, a cidade enfrenta graves deficiências em infraestrutura básica. Com a população mais que dobrada, aproximadamente 810 famílias de comunidades como Canudos, Imburi e Timbó dependem exclusivamente de caminhões-pipa.

Escolas e creches frequentemente fecham por falta d’água, enquanto a salinização do Rio Itapemirim piora ainda mais a situação, deixando moradores sem opções a não ser recorrer a lagoas. Esses problemas evidenciam a falta de planejamento e investimento em infraestrutura hídrica e saneamento.

A nova gestão do SAAE promete avançar em soluções sustentáveis e definitivas para a crise. “Estamos empenhados em transformar esse cenário com novos projetos e parcerias entre Itapemirim e Marataízes. Nossa missão é devolver a dignidade aos moradores”, concluiu Vitor Moreira.

Com todas as deficiências estruturais no fornecimento de água tratada, o SAAE enfrenta ainda uma Ação Judicial em Defesa do Contribuinte, movida pela CDL. A ação contesta o reajuste de 38,48% nas tarifas de água e esgoto, considerado desproporcional aos índices econômicos. Além de pedir a suspensão do sistema tarifário implementado em março de 2024, a ação também solicita a devolução dos valores pagos indevidamente pelos consumidores e indenização por dano moral coletivo.

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