24.4 C
Vitória
sábado, abril 20, 2024
sábado, 20 abril 2024

Médicos pedem socorro em hospitais lotados

cid_2-4653570

As imagens revelam a situação desumana de pacientes atendidos nos setores de urgência e emergências de hospitais e pronto-atendimentos da Grande Vitória. Em meio a sujeira e tumulto, dezenas de macas são enfileiradas em corredores, com pacientes – inclusive crianças – e seus acompanhantes disputando não só o minguado espaço, mas um único banheiro e até uma cadeira para sentar.

Foi o que encontrou uma comissão formada por representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), Sindicato dos Médicos (Simes) e Associação dos Médicos (Ames) durante blitz realizada na manhã desta terça-feira. “É um caos. Médicos sendo obrigados a atender em locais insalubres, com pacientes sujeitos a um alto risco de contaminação”, desabafou Otto Baptista, presidente do Simes.

O pedido de socorro dos médicos veio após visita a seis unidades: o pronto-socorro do São Lucas (que funciona no anexo do HPM), o Hospital Infantil e o pronto-atendimento de São Pedro, todos em Vitória, além do CRE Metropolitano e o pronto-atendimento de Alto Laje, em Cariacica, e o Himaba, o Infantil de Vila Velha.

A situação, ponderam os representantes da área médica, é um reflexo da falta de leitos de retaguarda, para onde seriam levados os pacientes atendidos inicialmente nos setores de urgência e emergência. “Sem eles as unidades ficam superlotadas, sem espaço para as novas demandas que chegam a todo instante”, relata o presidente da Ames, Carlos Alberto Gomes dos Santos.

Em todas as unidades a situação encontrada era a mesma: superlotação, sujeira, caos, riscos elevados de contaminação pela proximidade dos leitos, relatou o presidente do CRM, Carlos Magno Pretti Dalapícola. “É tão absurdo que se a vigilância sanitária fiscalizasse os hospitais públicos, todos seriam fechados”, disse.

Na avaliação da comissão que visitou as unidades, a gravidade era ainda maior no pronto-socorro do São Lucas e no Infantil, ambos em Vitória. No maior hospital de atendimento infantil, o caos domina. Mais de 60 crianças estavam sendo atendidas por apenas dois médicos. Cerca de 12 delas estavam entubadas, relatou uma médica.

Baptista acrescenta que no Infantil da Capital não há área de isolamento. “Se ocorrerem casos de pacientes com meningite, por exemplo, podem levar a uma contaminação geral”, contou. E não menos pior. Para atender a todos os pacientes só existem dois consultórios. Um deles é compartilhado por dois médicos, atendendo pacientes diferentes, ao mesmo tempo.

As crianças internadas em macas ficam em meio aos que aguardam atendimento nos consultórios, a seus acompanhantes e quem por lá esteja. Todos, incluindo as crianças, compartilham um único banheiro.
Situação que se repete também no Himaba – o infantil de Vila Velha – onde ocorre uma situação inusitada: nos finais de semana, a partir da noite de sexta, o pronto-socorro infantil fecha, só reabrindo na segunda. “O que sobrecarrega o Infantil de Vitória”, destaca Baptista.

No São Lucas, durante a blitz, em um corredor estavam internados 47 pacientes. O corredor ao lado estava vazio, segundo os médicos, porque os pacientes tinham sido transferidos há pouco tempo. “É inadmissível o que se vê por lá. Só não há gente internada nas pias porque há acompanhantes nelas encostados”, relata Carlos Magno, acrescentando que alguns ficam internados até próximo a coletores de lixo.

Os flagrantes

São Lucas
Pronto-socorro
Foram encontrados 47 pacientes internados em macas enfileiradas em um corredor. Há internações próximas a coletores de lixo e um só banheiro para todos que estão no local.

Infantil de vitória
Pronto-socorro
Mais de 60 crianças foram encontradas internadas, sendo atendidas por dois médicos. Não há área de isolamento. Internados e pacientes que aguardam atendimento ficam no mesmo espaço e compartilham, inclusive com as crianças, um único banheiro. Médicos atendem em uma mesma sala, ao mesmo tempo, pacientes diferentes.

Himaba
Pronto-socorro
Dezenas de berços estão enfileirados nos corredores, com mães que passam as noites sentadas em cadeiras de plástico. Pronto-socorro fecha no final de semana.

Alto Laje
Pronto-atendimento
A unidade apresenta boa estrutura física e quadro de médicos completo, mas por falta de leitos de retaguarda, está superlotada. Dezenas de pacientes se acumulam nos corredores aguardando atendimento. Sem cadeira, para sentar, até pacientes com soro perambulam pelos corredores.

Outras
Unidades
No CRE Metropolitano há reclamações de consultórios até sem janela, pacientes atendidos em meio a obras. Situação não é diferente no PA de São Pedro.

Fonte: Gazeta Online

Vitória
chuva fraca
23.8 ° C
27.7 °
23.8 °
78 %
6.2kmh
75 %
sáb
25 °
dom
26 °
seg
26 °
ter
27 °
qua
30 °

Siga nossas redes

2,177FansLike
3,912FollowersFollow
14,300SubscribersSubscribe

Confira Também