Príncipe William visita a Esplanada das Mesquitas e Muro das Lamentações em Jerusalém

Visita do príncipe, que o 2º na ordem de sucessão à coroa britânica, é inédita por parte de um membro tão importante da família real.

O príncipe William, do Reino Unido, visitou os locais mais sagrados e polêmicos de Jerusalém Velha nesta quinta-feira (28), encerrando uma viagem politicamente delicada que tanto palestinos quanto israelenses souberam acolher.

Com um grande esquema de proteção, William visitou nesta manhã uma região que está no centro do conflito israelense-palestino: o Nobre Santuário, que fica na Esplanada das Mesquitas, venerado por muçulmanos e por judeus, que o denominam Monte do Templo. William também visitou o Muro das Lamentações, que é sagrado para os judeus.

Esta visita do príncipe, o 2º na ordem de sucessão à coroa britânica, é inédita por parte de um membro tão importante da família real, informaram fontes britânicas, de acordo com a France Presse.

Locais sagrados

O príncipe William e sua delegação estavam acompanhados por representantes religiosos.

William entrou no Domo da Rocha, cuja cúpula dourada, que domina a paisagem na Cidade Antiga, é emblemática de Jerusalém.

Pouco depois, a delegação seguiu para a mesquita de Al-Aqsa, 3º local mais sagrado para os muçulmanos.

Minutos mais tarde, acompanhado por rabinos judeus, William foi ao Muro das Lamentações, no sopé da colina sagrada, por meio de uma passagem formada por barreiras policiais que contiveram uma multidão de curiosos, segundo a Reuters.

Usando um solidéu e seguindo a tradição judaica de oferecer uma oração escrita no muro, ele inseriu uma nota entre as pedras, repousou a palma de uma mão contra elas e se inclinou para uma reflexão silenciosa.

Separadamente ele escreveu no livro oficial de visitas do Muro das Lamentações: “Que o Deus da paz abençoe esta região e todo o mundo com a paz”.

Depois William visitou a Igreja do Santo Sepulcro, outro ponto de parada popular para peregrinos, onde cristãos acreditam que Jesus foi enterrado após sua crucificação.

Túmulo da bisavó

Antes de ir até os locais sagrados, William visitou ao túmulo de sua bisavó, a princesa Alice, em Jerusalém, que foi homenageada por Israel por ter abrigado judeus em seu palácio na Grécia ocupada pelos nazistas durante o Holocausto, segundo a Reuters.

A princesa Alice, que era sogra da rainha Elizabeth, está enterrada em uma cripta na Igreja Ortodoxa Russa de Maria Madalena, no Monte das Oliveiras, perto da Cidade Velha de Jerusalém. Cristã devota, ela morreu em Londres em 1969 e pediu para ser enterrada em Jerusalém.

Território Palestino

Na quarta-feira (27), William começou sua visita aos territórios palestinos com uma reunião, em Ramallah, na Cisjordânia, com o presidente Mahmoud Abbas, após uma curta passagem em Israel. Essa é a primeira viagem oficial de um integrante da Casa Real britânica desde o fim de seu protetorado sobre a região em 1948.

Visita delicada

A viagem de quatro dias a Israel e aos territórios palestinos, que não teve caráter político, foi uma oportunidade para mostrar boa vontade e expressar a esperança de paz em áreas que o Reino Unido governou de 1917 a 1948, o ano da fundação de Israel.

Garantindo aos palestinos que eles não foram esquecidos e pondo fim ao que os israelenses viam como um boicote britânico implícito a visitas oficiais da família real ao país, William não cometeu gafes ao seguir um itinerário cuidadosamente preparado para mostrar imparcialidade, segundo a Reuters.

Os locais sagrados que o príncipe visitou se situam em Jerusalém Oriental, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967 — uma medida que não tem respaldo internacional.

Israel proclama toda a cidade sagrada como sua capital “indivisível”. Já os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital do Estado que almejam criar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Por razões históricas, a Esplanada está sob a administração da Jordânia, mas todos os acessos são controlados pelas forças de segurança de Israel.

Fonte: g1.com

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