Fluminense Notícias – Fluminense repudia “comentário racista” de dono de grife sobre o pó de arroz

O Fluminense emitiu uma nota nesta quinta-feira em repúdio ao comentário de Rony Meisler, fundador da grife de roupas Reserva e torcedor do Vasco. Nas redes sociais, o dono da empresa disse que o clube praticava racismo no passado e recorreu também a outros tópicos para atacar a equipe.

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, afirmou em entrevista ao SporTV que o Vasco quer jogar apenas no Maracanã quando a partida dá lucro – vale lembrar que os dois times mais o Flamengo disputam na Justiça pela administração do estádio. No entanto, Rony não gostou da declaração e disparou contra.

“No sábado, o Fluminense colocou 38 mil torcedores no Maracanã. No domingo, dia seguinte, o Vasco colocou 60 mil. Evidência clara de que o Vasco precisa do Maracanã e o Fluminense poderia jogar em seu estádio nas Laranjeiras, onde há menos de um século eles mandavam pessoas pretas passarem pó de arroz no rosto para jogar futebol”, escreveu.

“Não tenho absolutamente nada contra o Fluminense, apenas não admito, sob hipótese alguma, que esse rapaz (Mário) cresça para cima do Vasco e ofenda a sua torcida. E possuo bons amigos tricolores que concordam com minha opinião”, completou.

(Foto: Divulgação)

Após Rony citar o “pó de arroz”, o tricolor carioca não gostou das “versões falsas que indevidamente apontam o racismo institucional supostamente praticado pelo clube”.

Em 1914, o pó de arroz deixou de ser uma ofensa no Fluminense e virou uma das marcas de celebrações. Carlos Alberto tinha como hábito usar pó branco no rosto após fazer a barba já na época em que atuava no América-RJ. O propósito do produto não era esconder a cor da pele, mas para fins estéticos e dermatológicos.

“O Fluminense adotará as medidas legais cabíveis e destinará a entidades dedicadas ao combate ao racismo toda indenização recebida a respeito de um tema tão sensível SOBRETUDO PARA OS NOSSOS TORCEDORES NEGROS. O clube também está cancelando qualquer relacionamento com a referida empresa”, finalizou o Fluminense.

Confira a publicação completa de Rony Meisler:

Não tenho nada contra o Fluminense, muito pelo contrário. Minha mãe é Fluminense, minha esposa e filha também. Portanto, esse desabafo não é contra o Fluminense. É contra o seu presidente que ontem em entrevista ao SporTV disse que o Vasco é um clube quebrado que foi comprado por um fundo de private equity para ser vendido depois. Também lembrou de diversos títulos do Vasco na década de 90, onde jogamos em São Januário como justificativa para dizer que a torcida não precisa mais do que um estádio onde cabem 20 mil pessoas para jogar.

Joga sujo para não deixar o Vasco co-gerir, como propõe, o Maracanã com todos os outros clubes cariocas. Quer gerir o estádio apenas com o Flamengo. Trata o bem público (Maracanã) como seu e desrespeita a instituição Vasco da Gama, bem como seus mais de 10 milhões de torcedores ao ofendê-los publicamente. Portanto, resolvi lembrar o Sr. Mário Bittencourt de algumas coisas a respeito do Fluminense que considero relevantes.

1. Fluminense deu R$ -18m de prejuízo em 21.
2. Fluminense deu R$ -13m de prejuízo só no primeiro semestre de 22.
3. Dívida do Fluminense que era de R$ 700 mi em 2020 acabou 2022 em R$ 743 mi.
4. Conclui-se, portanto, que o clube está tecnicamente quebrado.

O Fluminense tenta no tapetão levar o Maracanã mesmo tendo torcida, pelo menos, seix vezes menor do que a do Vasco, mas isso não me surpreende, pois também seis vezes o Fluminense levou não rebaixamentos e jogos no tapetão.

No sábado, o Fluminense colocou 38 mil torcedores no Maracanã. No domingo, dia seguinte, o Vasco colocou 60 mil. Evidência clara de que o Vasco precisa do Maracanã e o Fluminense poderia jogar em seu estádio nas Laranjeiras, onde há menos de um século eles mandavam pessoas pretas passarem pó de arroz no rosto para jogar futebol.

Não tenho absolutamente nada contra o Fluminense, apenas não admito, sob hipótese alguma, que esse rapaz (Mário) cresça para cima do Vasco e ofenda a sua torcida. E possuo bons amigos tricolores que concordam com minha opinião.