Com o samba “Sim, Salabim, o caldeirão vai ferver”, a Tradição Serrana levou as cores azul, branco e vermelho das comunidades de Feu Rosa e Vila Nova de Colares, na Serra, para o sambódromo. A agremiação desfilou com aproximadamente 1.100 componentes divididos em 11 alas e duas alegorias.
Sidney e Angeli assinam o Carnaval que novamente traz a vida oriental para a passarela. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Eduardo Belo e Sayuri Kame, brilhou na avenida pela leveza e simpatia. A japonesa Sayuri é bailarina, professora de dança e trabalha também nos galpões de escolas cariocas confeccionando fantasias.
A assistente comercial Pâmela Paganini fez sua estreia como rainha de bateria da escola este ano: “É uma satisfação enorme desfilar como rainha de bateria da comunidade. A escola está linda e com muita energia positiva para apresentar. Vamos fazer o caldeirão ferver”.
A rainha Pâmela dividiu o reinado com os japoneses que atuaram como rei e rainha convidados, Yohji Nakajima e Noriko Nambara. Eles desfilaram pela segunda vez na escola capixaba.
Bruxinha
Uma bruxinha de apenas 8 anos brilhou e deu um tom harmonioso à bateria composta por 140 integrantes: Nathalya Correia desfila pela segunda vez e não parou de comandar seu chocalho. A mãe, Rosiane Correia, é passista desde os quatro anos de idade e acompanha a filha agora na bateria. Amanhã elas voltam ao Sambão do Povo na bateria de outra escola.
Cantando histórias diversas, o caldeirão da Tradição Serrana iniciou o desfile às 3h16 de sábado despertando o imaginário do público e “botou o medo pra sambar”, com coreografia de Cássia Correia.
A bateria comandada pelo mestre Everton Rosa inovou e mudou o toque de caixa para baixo. “Ficou um som muito bonito e tenho certeza de que as pessoas vão gostar”, apostou o mestre Rosa.
Fundada em outubro de 2000 e tendo um beija-flor e uma coroa como símbolo, a agremiação representa o bairro Feu Rosa e tem como presidente Vinícius Caran. Marcinho Diola e Léo são os intérpretes oficiais. No ano passado a agremiação classificou-se em quarto lugar, com o samba “Congo: uma realidade”.
Enredo
“Sim Salabim, o caldeirão vai ferver”
O sabá vai começar, caldeirão vai ferver
Segura a “tradição” que eu quero ver
Abracadabra, olhos de cabra, dente de leão
Explode de alegria esse sambão
A bruxa ta solta, mas o sacristão
Te caça nas asas da imaginação
Toda mulher herege
Vai pro fogo da inquisição
Vem de lá dos celtas
Essa história me faz viajar
As forças da natureza
Sabedoria pagã milenar
Magia negra no olhar
Uma velha malvada e muito feia
Voa em sua vassoura na lua cheia
Isso é lenda pode acreditar
Ela tem o dom de nos curar
De la pra cá…
De lá pra cá tanto tempo passou
Quanta coisa mudou surgiram outras histórias
Se a bruxa é boa ou má
Ela faz despertar o imaginário popular
Comer a criançada, maçã envenenada
Fazer de um príncipe um sapo, é de asssombrar!
Ela vem aí
A poeira vai subir
Bota o medo pra sambar
Hoje a bruxa vai te encantar.
