Os servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social de Vitória (Semas) vão às praias da capital numa grande onda de mobilização contra o trabalho infantil.
A ação Praia sem Trabalho Infantil começa nesta sexta-feira (27) e se estenderá até o dia 17 de março, nas orlas da praia de Camburi e da Curva da Jurema.
O objetivo é contribuir com a desnaturalização do trabalho infantil e fomentar uma consciência coletiva de proteção e preservação da infância.
Para chamar atenção dos banhistas, pedestres e frequentadores desses espaços, o grupo da Semas vai fazer uma abordagem educativa sobre os malefícios do trabalho infantil. A ação vai acontecer nesta sexta-feira (27) e nos dias 25 de fevereiro e 17 de março. Na ocasião, os servidores farão uma demonstração para que o público possa identificar o que é trabalho infantil, no calçadão e areia da praia.
A Ação contará com a participação dos trabalhadores dos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – Cajun, dentre eles assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais e referência técnica do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI.
A gerente de Proteção Social de Média Complexidade em exercício, Cristiane Pecine, contou que serão utilizadas ainda faixas da campanha municipal sobre o trabalho infantil, no momento do fechamento dos semáforos, para sensibilizar também os motoristas que trafegam na avenida.
“Vamos fazer uma grande mobilização para sensibilização contra a prática do trabalho infantil. A sociedade precisa saber identificar o que é trabalho infantil, estar sensível contra isso e ser um agente de combate a essa prática”, defende Cristiane.
Dados
De acordo com o levantamento dos dados, realizado no último trimestre de 2022, sobre o Trabalho Infantil no município de Vitória, foram identificados 232 crianças e adolescentes em Trabalho Infantil. Destes, 51% com faixa etária entre 6 anos e 14 anos, 42% com faixa etária entre 15 anos e 17 anos e, 7%, com faixa etária entre zero e cinco anos.
O levantamento apontou que o local com maior número de casos identificados foi na Região de São Pedro, sendo as duas formas de trabalho infantil que exercem é o trabalho com frete nas feiras e, em seguida, a mendicância.
A gerente enfatizou que as equipes dos Creas realizam o acompanhamento dessas famílias, encaminhando as crianças e os jovens para os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do município. “Nos casos dos adolescentes, esses são encaminhados para o Programa de Aprendizagem. “De agosto a dezembro de 2022, 32 adolescentes foram inseridos no Programa de Aprendizagem”, informou ela.
Paralelamente, as equipes dos Serviços Especializados de Assistência Social (Seas) realizam, diariamente, as abordagens nas feiras, sinais de trânsito e praias com o objetivo de identificar e orientar as crianças e adolescentes sobre os danos, riscos e malefícios relacionados ao trabalho infantil.
A secretária de Assistência Social em exercício, Carla Scardua, disse que todos os esforços e ações estão sendo potencializadas para garantir o direito da criança e do adolescente de estudar, brincar e do aprender lúdico. “Nós, enquanto poder público, precisamos enfatizar a importância da união de toda a sociedade nesse olhar de proteção às crianças e aos adolescentes. O trabalho infantil deixa marcas que compromete até a vida adulta”, alerta Carla Scardua.
Ação contra o trabalho infantil em Camburi e Curva da Jurema nesta sexta-feira