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terça-feira, maio 14, 2024
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Acusado de matar cadelas fica em silêncio em CPI – Notícias da ALES

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos contra os Animais ouviu, nesta quinta-feira (6), o acusado de matar a tiros as cadelas Pitty e Pipoca no bairro Tabuazeiro, Vitória, na noite de 27 de junho deste ano. O suspeito, que é segundo-sargento da Polícia Militar (PM), preferiu ficar em silêncio por orientação do seu advogado. 

Donos dos animais há quatro anos, Aleida Silva Tonini e Fabiano Silva Tonini, mãe e filho residentes na mesma casa, relataram o que teria acontecido na ocasião, respondendo a perguntas de deputados e outros participantes da reunião. Segundo eles, os bichos teriam fugido do quintal após a troca de gás na residência, sem que Aleida percebesse. Fabiano estava fora. 

Acompanhado do advogado Frederico Alexandre de Siqueira Silva, Fabiano, servidor da Prefeitura da Serra, lamentou o desfecho e afirmou que as cachorras eram dóceis. “Se elas (cadelas) tivessem algum comportamento realmente de agressividade, ou no caso, que causasse alguma lesão a alguma pessoa eu não seria omisso”, disse o tutor. 

Ele revelou que é primo de segundo grau do policial e, embora tenham “diferenças”, sempre se respeitaram – ambos se conheceram no mesmo bairro na infância. Fabiano também relatou quais medidas foram tomadas após a agressão: além do registro de um boletim de ocorrência (BO) na Polícia Civil, foi aberta uma representação contra o suspeito na Corregedoria da PM. 

Fabiano descreveu que os tiros foram efetuados em frente ao portão da casa da mãe do suspeito, localizada numa rua de servidão. Na opinião do dono das cadelas, seria possível o policial desviar dos bichos para ter acesso ao automóvel. “Não entendi o motivo para utilizar uma arma de fogo em animais pequenos”, frisou. 

Aleida  Tonini confirmou o relato. Sobre o estampido de rojão ouvido cerca de 20 a 30 minutos depois de receber o gás, observou que o objeto teria sido jogado para afugentar os animais do veículo. Ela contou ter ouvido que as cachorras teriam sido maltratadas pelo acusado antes dos disparos. 

Água, pedra, pedaço de madeira, segundo relatos, teriam sido utilizados – ela confirmou que Pipoca, morta no local, apresentava pelos molhados. Pitty ainda foi socorrida, mas acabou morrendo em uma clínica veterinária. 

“Conhecendo minhas cadelas eu não acredito que elas tenham o atacado. Ele pode até ter ficado com medo, mas acredito que elas não atacaram porque elas não eram de atacar. Minha casa é uma das mais movimentadas da rua, vão pessoas de todos os tipos”, defendeu.

Silêncio 

O acusado optou por ficar em silêncio na maior parte da oitiva, seguindo as orientações do advogado Leonardo Lisboa Motta. A postura incomodou os deputados. O policial não respondeu sobre a arma utilizada e a quem ela pertence, nem tampouco deu sua versão dos fatos. 

Também não deu respostas sobre possível arrependimento e prestação de socorro. O suspeito, com 17 anos de Polícia Militar, disse desconhecer legislações na área de proteção animal. Ainda foi perguntado a ele, sem sucesso, se estava a serviço na noite da ocorrência.  No entanto, negou ter usado rojão. 

“Por que no caso das cadelas o senhor não aplicou essa força sua, humana, para poder fazer com que os animais pudessem sair daquele local?”, indagou a presidente da CPI, deputada Janete de Sá (PSB). “Disparo é o último recurso”, respondeu o policial. “O uso progressivo da força ele é utilizado até na nossa rotina”, completou.  Ao ser perguntado sobre quais mecanismos teria utilizado antes do “último a ser usado” para afastar os bichos, optou por ficar em silêncio.  

Ao ser perguntado se há disputa na Justiça sobre a área que envolve a casa de sua mãe (ele não mora lá), respondeu que pessoas envolvidas no caso não têm relação com o fato. Ele falou que sua mãe é sobrinha do falecido marido de Aleida. O suspeito frisou ainda não ter problemas com cães, pontuando o trabalho realizado pela PM com os animais.

Ações 

Segundo a presidente da CPI, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente abriu inquérito e vai ouvir os envolvidos e o material da reunião será enviado ao Ministério Público do Estado (MPE-ES). O caso foi encaminhado também para a Corregedoria da PM. “Nosso objetivo é esclarecer essa questão, trazer luz para um fato que chocou a sociedade capixaba”, explicou. 

“Estivemos no local por duas vezes para poder verificar o que pode ter ocorrido”, completou a parlamentar. De acordo com ela, tanto o acusado quanto os tutores Aleida Silva Tonini e Fabiano Silva Tonini foram convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito, embora esses dois não estejam sendo investigados. 

A reunião teve a participação on-line dos deputados Sergio Meneguelli (Republicanos) e Alexandre Xambinho (PSC). Estivem presentes a procuradora de Justiça Edwiges Dias; o titular da Delegacia de Meio Ambiente, Eduardo Passamani; o representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) Rodolpho Barros; e a presidente da Sociedade Protetora dos Animais do Espírito Santo (Sopaes), Regina Mazzoco. 

Segundo-tenente da PM acatou orientação do advogado em oitiva realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Maus-Tratos contra os Animais

Acusado de matar cadelas fica em silêncio em CPI

Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES

Acusado de matar cadelas fica em silêncio em CPI

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