O setor de Educação da Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran), em suas atividades de rotina, conta com a colaboração de prestadores de Serviços à Comunidade. São pessoas apenadas, que estão em regime aberto e realizam atividades supervisionadas para a comunidade, muitas vezes, próximo às suas residências.
Segundo o secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Alex Mariano, este tipo de prestação de serviço não se enquadra como trabalho. É uma pena, logo, não há remuneração ao serviço.
Aceitação
O objetivo, destacou Alex, é ofertar uma oportunidade para que apenados previamente selecionados, demonstrem que estão aptos e dispostos a serem reintegrados ao convívio em sociedade. Desejam ter visibilidade e aceitação da sociedade ao oferecer um serviço monitorado.
“São todos tratados com respeito e dignidade. Prestam serviços conforme aptidões pessoais e são reconhecidos pela boa execução do trabalho na instituição podendo, inclusive, mediante justificativa, pedir a troca para outra instituição”, destacou o gestor.
Segundo a gerente de Educação para o Trânsito e responsável pelo acompanhamento dos apenados, Teresa Maria da Silva Neitzel, atualmente, são 16 prestadores ativos e cinco já cumpriram pena. As faixas etárias variam de jovens até a terceira idade com predomínio entre 25 e 35 anos de idade e grau médio de instrução.
No primeiro semestre deste ano, foram mais de 18 mil abordagens nos mais diversos pontos da capital e, em muitas oportunidades, os prestadores de serviço atuaram com as equipes de Educação para o Trânsito da Setran.
Ressignificar
Com nível incompleto, Fernando Jacoboski, 33 anos é um prestador de serviços à comunidade. Ele disse que a experiência tem sido ótima e motivadora. “Temos um ambiente de trabalho agradável e os colegas foram bem receptivos”, destacou.
De acordo com Fernando, poder contribuir para o ambiente de trabalho ajuda em ações concretas quando estamos nas ruas e ao compartilhar conhecimento. “Uma oportunidade que deverei aproveitar intensamente, pois não quero decepcionar e ainda ocupo meu tempo com algo produtivo e saudável”, comemorou.
Já Diogo, de 41 anos, formado em Gastronomia, disse que está gostando muito da experiência na Gerência de Educação para o trânsito. “Uma excelente oportunidade para socializar com pessoas de todo jeito, o que me faz enxergar boas perspectivas para quando estiver em liberdade.
Para Will, o serviço seria repetitivo, tedioso, mas superou suas expectativas. “Foi a meĺhor equipe que eu poderia encontrar. Pessoas humanas, pacientes, atenciosas e prestativas”, destacou.
Will disse, ainda, que foi uma oportunidade dada pela justiça que ofereceu uma chance de prestar conta com a sociedade depois de cometer erro. “Sinto-me dinâmico agora, pois tenho conhecimento”, comemorou.
Deveres
Teresa explicou que também são muitos os deveres a cumprir. Precisam respeitar às normas, à hierarquia e os dias e horários estipulados. E, ainda, apresentar justificativas em caso de não comparecimento, além de oferecer tratamento com respeito e dignidade a todos que se relacionam.
“Foi tudo bem planejado. Ganham os prestadores de serviço, o Poder Judiciário, a Prefeitura e a população. Todos envolvidos e comprometidos por causas justas respaldadas pela conduta ética, mural e que mobilizam muitas pessoas atentas ao desenrolar das atividades”, elogiou Teresa.
Apenados auxiliam na educação para o trânsito em Vitória