Pacientes e profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da Grande Vitória estão se unindo para usar a música, a alegria e a cultura para combater o preconceito e promover a inclusão durante do Carnaval de Vitória.
Essa é a principal ideia por trás da criação do bloco de carnaval Que Loucura!, que vai abrir o Carnaval da capital no primeiro dia de desfile, no próximo dia 10 de fevereiro.
E para fazer bonito no Sambódromo, todos estão ensaiando coreografias e paródias na quadra do Caps de São Pedro, em Vitória. Cerca de 50 pessoas tem comparecido aos ensaios.
Segundo o diretor do Caps São Pedro, Pedro Henrique Duque, mais do que um movimento de ressocialização dos pacientes, a participação no evento busca estimular a autonomia e a produção de cultura e arte pelos usuários.
“Por muito tempo, os pacientes com transtornos mentais tiveram seu direito de circular pela cidade negado. Com nosso bloco queremos mostrar que esse público também possui direitos e também produz arte de qualidade pra sociedade”, diz.
Os ensaios contam com o apoio de ritmistas do Bloco Afrokizomba e da Escola de Samba Unidos da Piedade. O projeto Recicla Folia, junto com outros grupos sociais, também está produzindo adereços e bonecos com o reaproveitamento de fantasias.
Integração
Pacientes e seus familiares aproveitam esse momento tanto para se divertir, seja participando ou apenas assistindo. Maria das Graças Loureiro, 71 anos, faz questão de participar do desfile ao lado do seu filho Genilson Loureiro, 42 anos, paciente do Caps São Pedro. No Sambódromo eles serão porta-bandeira e mestre-sala do Bloco Que Loucura!
“Queremos dar mais visibilidade à saúde mental, ao nosso potencial, enquanto pacientes, famílias e profissionais saúde. Sabemos o quanto a música e a arte são importantes para a saúde mental, por isso também queremos mostrar que é possível um tratamento com liberdade”, explica Graça.
Próximo ensaio
Antes do desfile em 10 de fevereiro, o grupo deve se reunir na quadra do Caps São Pedro novamente nesta sexta (3), das 9 às 11 horas. O ensaio é aberto para a comunidade do entorno, que tem apoiado a ação.
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