Ressignificar. Superar traumas. Interromper a cadeia de violência. Esses foram os principais objetivos da Prefeitura de Vitória, ao inaugurar, em outubro de 2021, o Centro de Atenção à Mulher e à Família, a Casa Rosa. Um equipamento de saúde para atender mulheres e famílias vítimas de violência, em situação de vulnerabilidade, que presta cuidado em saúde aos cidadãos da capital que estão situação de violência.
Há um ano a Casa Rosa presta serviços de acompanhamento e prevenção para garantir mais dignidade a quem tanto precisa. Para celebrar a data, a Secretaria de Saúde de Vitória (Semus) reuniu, na tarde desta quarta-feira (20), o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini; a secretária de Saúde, Joanna De Jaegher; a secretária de Educação, Juliana Rohsner; a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz; subsecretrárias de saúde, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público, lideranças locais, diretores de serviços de saúde e demais autoridades locais, no auditório da Casa Rosa.
Durante a celebração, o prefeito Lorenzo Pazolini falou sobre o momento de comemoração e lembrou o início da elaboração dessa política pública, ainda na fase pré-eleitoral, quando houve diálogo com a cidade e foram ouvidas as mulheres. “Na minha atividade profissional tive contato diário com vítimas de violência e vi a falta que um equipamento público como esse fazia na nossa cidade. A falta de um equipamento capaz de atender famílias, capaz de devolver minimamente a dignidade para as pessoas. O serviço público não existe para atender uma pessoa determinada mas pra atender a coletividade, o interesse maior do povo, pra dar resposta pro cidadão vitoriense”, disse.
“Nosso sentimento é de gratidão a Deus por esse momento. Principalmente gratidão por poder entregar ao nosso povo o atendimento que eles merecem, o carinho que eles merecem. E a nossa perspectiva com essa entrega é expandir esse atendimento. Enquanto houver uma vítima de violência doméstica, sexual, psicológica, institucional, de gênero, nós vamos estar aqui, firmes em defesa da sociedade, e principalmente, tendo a consciência de que estamos do lado certo da história. Esse é o nosso compromisso, nosso objetivo. Temos muito o que comemorar. Reduzimos o feminicídio em Vitória em 43%. Esse dado é resultado dessa política pública e mostra que nós estamos no caminho certo”, completou o prefeito.
A secretária de Saúde de Vitória, Joanna De Jaegher, falou sobre a importância de um espaço destinado ao acolhimento e acompanhamento das pessoas vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade e lamentou a existência desses tipos de de violência. “A maioria da nossa população é formada por mulheres. Ficamos felizes por haver um espaço como esse para as vítimas de violência, mas ao mesmo tempo, também ficamos infelizes por ainda precisarmos de um espaço como esse. Nosso compromisso é seguir em frente, juntos, fortalecendo essa estrutura tão importante para a cidade de Vitória”, pontuou a secretária.
“Hoje é o primeiro aniversário mas de uma política pública integrada. Onde a mulher vem para cá e vão perguntar para ela: Está estudando? Os seus filhos estão na escola? Tem independência econômica? É um espaço muito significativo que está dando passos muito significativos e com um retorno bem positivo das pessoas que passam por aqui. Obrigada a todos os profissionais que atuam aqui na Casa Rosa”, falou a secretária de Educação, Juliana Rohsner.
“Estive aqui na inauguração. Um sábado de muito sol e minha família indo para a praia. E eu vim trabalhar muito feliz, pois, em apenas 10 meses de gestão estávamos fazendo a entrega desse equipamento tão importante, um trabalho conjunto. Esse é um espaço muito importante de reafirmar para as mulheres e suas famílias que elas têm o direito de sonhar”, disse a secretária de Assistência Social, Cintya Silva Schulz.
Casa Rosa
A Casa Rosa atende aproximadamente 290 pessoas por mês. Segundo a diretora da Casa Rosa, Clícia Dora, do total de atendimentos realizados pelo equipamento de saúde, 55% são de violência sexual, 25% de violência doméstica, 9% de violência física e 11% de violência psicológica e negligência. 80% são do sexo feminino e 46% têm entre 0 e 12 anos de idade. “O ambiente familiar é o local onde mais aparecem as violências, totalizando 77% dos casos. O número mais recorrente de agressores é pessoa próxima como pai, padrasto ou companheiro”, destacou Clícia.
O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar com onze profissionais dentre: médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeira, técnico de enfermagem. O atendimento engloba escuta qualificada com avaliação de risco, atendimento médico e psicossocial e avaliação integral das condições gerais de saúde.
As pessoas são encaminhadas pelos diversos serviços da Rede Pública: assistência social, escolas, saúde e também pelos pelos serviços da Rede de Proteção – Ministério Público, Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Conselhos Tutelares, além das demandas espontâneas.
A Casa Rosa foi ambientada com borboletas coloridas, que simbolizam o rompimento de um ciclo para a liberdade, e conta com uma sala especialmente dedicada às crianças. O equipamento público de saúde é uma política de governo municipal que reúne as secretarias de saúde, assistência social, cidadania e educação do município de Vitória. Foi um dos compromissos de campanha do prefeito Lorenzo Pazolini.
“É uma alegria muito grande estar aqui nesta tarde. Já encaminhei muitas mulheres para cá, um lugar muito acolhedor. Dizem que quem ama cuida. Às vezes quem diz que ama, acaba matando. Eu recebo muitas denúncias de mulheres contando o que acontece com elas. Às vezes a agressão ou ameaça não é física, mas psicológica, que deixa mulheres debilitadas. Nós que somos lideranças em nossas regiões recebemos muitas denúncias pelas redes sociais. A Casa Rosa veio pra fazer um movimento muito grande nas vidas das mulheres capixabas então fica aqui meus parabéns por toda a cidade envolvida. Gratidão por essa gestão, por essa equipe que tem esse olhar carinhoso por essas mulheres, essas crianças. Gratidão por podermos encaminhar pessoas vítimas de violência para um serviço de tanta qualidade”, frisou Joana Nogueira, da ONG Mulheres poderosas de Grande Vitória.
Serviço
A Casa Rosa funciona de Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O agendamento pode ser feito por meio dos telefones (27) 3332 3290 ou (27) 9 9773-5393, pelo e-mail [email protected] ou de forma presencial, na Rua Hermes Curry Carneiro, n° 360, Ilha de Santa Maria.
Aniversário de 01a no da Casa Rosa
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