Síndicos, representantes de empresas administradoras de condomínios e moradores de Jardim Camburi já aderiram à campanha “Mulheres Seguras, Condomínio Cidadão”, que tem como alvo a prevenção à violência doméstica e pela proteção de e mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. A campanha foi lançada na noite desta quinta-feira (31), no bairro que reúne mais de 400 conjuntos habitacionais, com a expectativa de alcançar todos os bairros da capital.
“Mulheres Seguras, Condomínio Cidadão” foi desenvolvida pela Coordenação de Políticas de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid), em conjunto com os Conselhos Municipais da Mulher (Comum) e de Segurança (Comsu). O objetivo é divulgar a Lei 9.653/2020 , que prevê o envolvimento dos gestores e moradores de condomínios residenciais na proteção das famílias e no combate à violência doméstica.
“Sabemos que a violência doméstica acontece todos os dias e é um grande mal para toda a sociedade. Para combater isso, precisamos de ações como essa campanha, educativa, de envolvimento de todos e de inibição dos agressores”, disse o sargento Harley Glaucio, do Comsu.
“A campanha demonstra nosso compromisso com a família e com a vida, os bens mais valiosos de nossa sociedade”, disse a promotora de Justiça, Paula Pasolini, primeira dama de Vitória.
Mulheres Seguras, Condomínio Cidadão
A campanha tem por objetivo divulgar a Lei 9.653/2020, orientar a população sobre as formas de violência, como ajudar as vítimas, quais os serviços de proteção e os canais de denúncia. Para isso, foi criado um cartaz a ser afixado nas áreas de uso comum dos condomínios com essas informações e a própria Semcid está distribuindo as peças para síndicos e administradores.
“Uma ferramenta simples, um cartaz, vai ajudar muita gente que não sabe o que fazer diante de uma situação de violência que acontece com uma vizinha ou com um familiar”, disse Priscila Silveira, representante do condomínio Atlântica Ville, que tem cerca de 4 mil moradores em 928 unidades habitacionais. Ela levou 40 cartazes e ainda vai reproduzir a arte em outros formatos para espalhar pelo condomínio.
Síndica há 8 anos de um residencial com 120 apartamentos, Luciana Zambom tem experiência em orientar moradores sobre situações conflituosas. “Algumas vezes, as pessoas se viraram contra mim, como se só eu pudesse fazer alguma coisa. Com essa campanha, os moradores vão entender que todos podem ajudar”, disse.
Com a lei, síndicos e administradores de condomínio comunicam aos órgãos de segurança pública a ocorrência de indícios até situações mais graves. A titular dada Delegacia da Mulher, Juliana Saadeh, lembrou que as denúncias podem ser anônimas. “A lei fala em síndicos, mas qualquer pessoa pode denunciar pelo Disque 100 ou pelo 180 ou os diversos canais. O importante é comunicar. A Delegacia da Mulher vai investigar e tomar as providências cabíveis contra o agressor e para proteger a família”, disse a delegada.
“A Semcid possui serviços como o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv), que acolhe e apoia as vítimas de violência doméstica, e o Projeto Maria da Penha Vai à Cidade, que divulga toda a rede pública de proteção às mulheres. Com esse novo projeto, queremos alcançar mais pessoas para a causa da prevenção”, diz o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Diego Libardi.
Condomínios de Jardim Camburi aderem à campanha pelo fim da violência doméstica