Está atracado no Porto de Vitória o fascinante Navio-Veleiro Cisne Branco, mais conhecido como Embaixada Brasileira no Mar. Ele é chamado assim por representar a Marinha do Brasil nos principais portos nacionais com o objetivo de difundir a mentalidade marítima e estreitar os laços entre a sociedade e a instituição, e também por representar o país em grandes eventos náuticos nacionais e internacionais, servindo de base para encontros e negociações entre autoridades.
Neste final de semana, a embarcação está aberta a visitação e nós fomos até lá conhecer um pouco da história desse gigante dos mares. O Cisne Branco é um navio de época, inspirado nos velozes veleiros clippers, construídos na segunda metade do século XIX. Um total de 71 pessoas, entre oficiais e praças, viaja no navio, que tem 76 metros de comprimento.
Segundo o capitão-tenente Luis Teixeira, se pegássemos todas as velas do navio e as dispuséssemos lado a lado, dariam cerca de 200 metros quadrados, o equivalente a meio campo de futebol. Outra curiosidade que o capitão-tenente nos contou é que as dezenas de bandeiras que ficam hasteadas quando o navio está atracado não são bandeiras de países, o que parece à primeira vista e acaba enganando muita gente.
“Cada bandeira dessa representa uma letra ou um numeral. Elas estão expostas assim porque é um embandeiramento que a gente coloca em dia festivo. Toda vez que os navios atracam fora do seu porto-sede a gente coloca essa embandeiramento de festa, mas, separadamente, cada uma significa uma letra e essas letras representam alguma atividade que pode estar acontecendo no mar. Por exemplo, a bandeira que representa a letra A, a alfa, quando o navio está com ela hasteada é porque tem algum mergulhador na área próxima ao navio. Então, as outras embarcações sabem que não podem se aproximar porque tem alguém mergulhando”, explicou.
“Já a letra B, que é bravo, significa que o navio está trabalhando com alguma carga perigosa. Então, se a gente não tiver uma comunicação via rádio, por exemplo, se essa comunicação falhar, a gente vai conseguir se comunicar pelas bandeiras, que representam o Código Internacional de Sinais”, detalhou o capitão-tenente.
Descobrimos também que servir no Navio Cisne Branco é algo bem disputado entre os marinheiros. O cabo enfermeiro Oliveira Junior nos contou que essa embarcação representa a essência da vida do marinheiro por envolver a navegação a vela, como nos primórdios da profissão.
“Ele (o navio) é muito concorrido. Poucas pessoas passam por aqui ao longo da carreira. Na minha especialidade de cabo enfermeiro, eu só tenho uma única chance, diferente de outras especialidades. Então, por ter feito parte dessa tripulação, é o que vai ficar marcado na minha carreira. E é um sonho também poder estar aqui e poder conhecer outros lugares, ter contato com outras culturas, tanto no Brasil quanto do exterior. Já estive em 14 estados, alguns eu já conhecia, outros não, e é legal poder ter essa experiência intercultural, interestadual”, contou o jovem marinheiro, que é natural de São Paulo.
Visitação
Um total de 7 mil ingressos foram colocados à disposição da população para a visitação do Navio-Veleiro Cisne Branco neste fim de semana. A atração chamou a atenção de pessoas não só da capital, mas de todo o estado.
Mateus Oliveira Martins e Mahanny Carneiro saíram de Domingos Martins especialmente para visitar a embarcação. O pai de Mahanny é marinheiro, então ela sempre ouviu falar sobre o navio, por isso quis conhecê-lo. Já Mateus está no último ano de Direito e deseja se especializar em Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro.
“Eu sou apaixonado pela parte de navegação, pelo setor marítimo, então quando eu vi que o navio estaria aqui no Porto de Vitória eu tentei ao máximo conseguir os ingressos para a gente participar. É uma experiência incrível, muito legal!”, disse Mateus.
Vários estudantes e professores da rede municipal de ensino de Vitória também puderam ver de perto o Navio-Veleiro Cisne Branco. Valentina Maria Mathias Reis, do 7° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Adão Benezath disse que achou muito legal a oportunidade.
“Eu achei muito interessante e muito legal ver as coisas de perto, porque de longe parece que o navio é muito pequeno, mas de perto você vê que é imenso. E eu achei muito legal porque faz parte da história do nosso país”, comentou a estudante.
A subsecretária municipal de Gestão Escolar, Luana Lemos, foi acompanhar a visitação dos estudantes. Para ela, é muito importante as crianças poderem ter uma experiência diferente da do cotidiano. “É importante a gente valorizar esses momentos com as crianças”, disse.
Dia de visitar o Navio-Veleiro Cisne Branco