Para algumas famílias de Vitória o telefonema recebido com o chamado para retirada da cesta de alimentos, na manhã desta quarta-feira (23), soou como “um presente antecipado de Natal” e até “a salvação para o almoço do dia”.
Histórias que se encontraram no corredor da na Unidade de Inclusão Produtiva de Vitória (UIP), local marcado para a entrega das cestas de alimentos para moradores do território socioassistencial de São Pedro 2, que engloba os bairros Comdusa, Ilha das Caieiras, Redenção, Santo André, Santos Reis, São José e São Pedro 1, Conquista, Nova Palestina e Resistência).
Como a da dona de casa Maria Lúcia Cardoso Duarte, de 46 anos, que é acompanhada pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Resistência. Desempregada há três anos e com alguns problemas de saúde, Maria Lucia estava lavando a louça quando o telefone tocou e do outro lado da linha a assistente social do Cras dava a notícia.
“Não acreditava em milagres, mas, agora, posso dizer que acredito. Estava lavando louça com uma mão só e fiquei tão surpresa que quase deixei o prato cair em cima do meu cachorrinho. Gritei. Fiquei emocionada. É meu presente de Natal. Vou economizar para durar até o Natal”, disse Maria Lúcia, que mora sozinha e vinha vivendo de doações de vizinhos e de uma sobrinha.
Para Julia Bispo, de 71 anos, o momento de retirada da cesta de alimento trouxe um alívio. “Estava, praticamente, sem nada em casa. As coisas estão muito caras. Não tenho aposentadoria. Ganho algum dinheiro tomando conta dos meus netos”, falou ela.
A dona de casa Ângela Maria Martins, de 57 anos, contou que estava ansiosa com o momento de levar para casa a cesta de alimentos. Apressada em acondicionar todos os produtos dentro do “carrinho de feira”, ela contou que há três meses sonhava com esse dia.
“Estava com saudade de comer feijão. Vou correr para preparar ainda para o almoço. A cesta chegou na hora certa. Vou dividir a cesta com minha filha e meus dois netos”, revelou Ângela Maria.
Roseane Fernandes, gerente de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), destaca a importância da cesta de alimentos, considerando a necessidade e o relato das famílias beneficiárias.
“O trabalho da Assistência Social, especialmente a partir dos Cras, envolve todo o acompanhamento familiar para enfrentamento das desigualdades que geram a dificuldade de acesso ao alimento. Esse acompanhamento, somado às ações de Educação Alimentar e Nutricional, ampliam a abrangência do atendimento, que não se resume a apenas agendar e entregar o benefício”, explicou Roseane.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, todos os esforços serão feitos para reduzir a insegurança alimentar e nutricional das famílias “As equipes sabem da importância dessas ações para a garantia da segurança alimentar e nutricional”, ressaltou.
O Banco de Alimentos Herbert de Souza (BAHS), vinculado à Secretaria de Assistência Social (Semas), organiza, a partir desta segunda-feira (23), um lote de 900 cestas de alimentos que serão distribuídas às famílias em situação de vulnerabilidade social da capital.
Outras 600 cestas serão entregues gradativamente nos serviços da Proteção Social Especial para atendimento a demandas de urgência, totalizando uma compra de 1500 unidades. Todas as cestas foram adquiridas com recursos próprios da Prefeitura de Vitória.
Entrega de cestas de alimentos movimenta manhã na Inclusão Produtiva