Promovida pela Comissão de Cultura, mostra vai até a próxima quarta-feira (1º)
Apresentações de dança e de poesia falada marcaram a abertura, nesta quinta-feira (26), da feira de cultura capixaba, realizada na Galeria dos Presidentes da Assembleia Legislativa (Ales). Promovida pela Comissão de Cultura, a mostra vai até a próxima quarta (1º) de segunda a sexta-feira, das 10 às 17 horas.
Em meio a trabalhos em artesanato, esculturas, além da presença da culinária tradicional, a presidente do colegiado, Iriny Lopes (PT), cobrou mais valorização da divulgação da cultura local. Ela lembrou da importância de mais investimentos do poder público na área e citou mecanismos como leis de incentivo.
“Falta uma valorização maior, mais investimento na cultura local. São muitos bem-vindos os editais”, frisou. “Mas as prefeituras especialmente precisam estar mais voltadas para o atendimento, a visibilidade, um calendário municipal de exposição dessas artes todas”, concluiu.
Conforme explicou, a exposição realizada na Casa do Povo demonstra os esforços da Comissão de Cultura com esse compromisso. “Resolvemos fazer a feira para dar essa oportunidade, das pessoas virem apresentar suas peças”, destacou. “É um espaço de visibilidade importante para eles”, salientou.
Um dos expositores é o artista plástico Irineu Ribeiro, que se inspira nas paneleiras para fazer suas esculturas. Elas são produzidas com a mesma argila usada nas panelas de barro e passam pelo mesmo processo de queima (a céu aberto), além de receber o tingimento com tanino.
“Só que a minha questão é representar ícones culturais e trabalho com a tridimensão, com esculturas”, explicou o artista há 35 anos. Ribeiro tem em sua mesa réplica de um dos seus maiores trabalhos, o Guerreiro Zulu, monumento que fica na entrada da Ales em homenagem à contribuição social, econômica e cultural do povo negro. A estátua foi inaugurada em 2006.
Outra expositora é Jupiara Francisco da Silva. Ela é membro de um coletivo de mulheres da Grande São Pedro que se reúne para fazer artesanato voltado à divulgação da imagem da ilha. Isso engloba trabalhos como réplicas de barcos, camisas, pano de prato, ecobags, além de trabalhos que remetem à cultura afro.
A culinária tradicional capixaba, baseada nos frutos do mar, não foi esquecida. Quem comparecer à feira poderá comparecer ao estande das desfiadeiras da Ilha de Caieiras e saborear a famosa casquinha de siri, bobó de camarão, mariscadas e moquequinha de cação.
O fotógrafo Antônio Carlos Sessa Netto, o Tonico, também participa da feira com a exposição de fotografias antigas que mostram manifestações culturais capixabas, como bandas de congo e Folia de Reis.