Com direito a música, diversão, dança e brincadeiras, os dois dias de festa julina, promovida pelos Centros de Atenção Psicossocial da Ilha de Santa Maria (Caps Ilha) e de Álcool e Outras Drogas (Caps AD), reuniram, na última semana, pacientes e seus familiares, com o intuito de fortalecer os vínculos entre as pessoas atendidas, o serviço, a cultura local e garantir a ressocialização delas.
Para o diretor do Caps Ilha, Luiz Cláudio Oliveira da Silva, além de estimular a confraternização entre pacientes, familiares e profissionais, celebrando os avanços alcançados até o momento, o evento também teve o intuito de contribuir para o tratamento das pessoas atendidas no Centro. “Mexer com o corpo e com as emoções é importante. Tivemos danças, brincadeiras, comidas típicas, como uma festa. Se tivéssemos mais momentos assim, a vida deles seria mais leve”, afirmou Luiz Claudio.
Ele também pontua a importância da ressocialização para os pacientes atendidos no Caps. “Ainda existe muito preconceito contra as pessoas com transtornos graves. Quando a sociedade interagir mais com essas pessoas e perceber que são como todos nós, pessoas se divertindo, com amigos e familiares, será possível que elas voltem para a sociedade sem despertar tantos olhares discrimatórios”, disse o diretor.
O serviço cuida de diversos pacientes, com vidas e problemas diferentes, dando liberdade para a criatividade de cada um. Entre eles está o artista plástico Adalberto Geraldo Nunes de Araujo, 64 anos, que fez questão de participar da festa como o padre do casamento na roça. Adalberto é atendido pelo Caps há 10 anos e elogia muito o serviço, ressaltando a importância da arte e do lazer no tratamento.
“A gente é sempre tratado na hora aqui, tem remédio, passeio, festinha, várias oficinas. Isso tudo faz parte da cura, assim como a terapia e os remédios. Quando eu estou muito aflito, faço um círculo e pinto Isso faz eu sentir minha dor passar na hora. A gente desabafa no pincel”, comentou Adalberto.
Como acessar
O município de Vitória possui quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps) destinados à atenção multiprofissional de pessoas com transtornos mentais, nos seus vários ciclos de vida.
Esses locais recebem pacientes referenciados pelas unidades de saúde, mas também são serviços de portas abertas que acolhem e ofertam escuta qualificada a quem os procura diretamente.
Festa Julina anima pacientes da atenção psicossocial de Vitória