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domingo, maio 12, 2024
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Mocidade da Praia celebrou 75 anos de batucada em desfile no Carnaval de Vitória – Notícias de Vitória-ES

Em 1947, Mestre Flores fundou a Batucada da Praia, uma história que se mistura com a do próprio bairro, a Praia do Canto, em Vitória, berço da Mocidade da Praia, que conquistou o título de campeã do Carnaval nos anos de 1981 e 1984. O enredo “Meu canto e seus encantos: o mar, batucadas e Flores, a Mocidade e todos os amores”, elaborado pela comissão de carnaval formada por Wesley Denadai, Luciano de Paula, Carlito Carlos e Anclebio Junior, foi um verdadeiro canto de amor às histórias e personagens do bairro.

“Sou como uma cigarra. Toco, toco, só paro quando estourar meu coração”. A citação é de Mestre Flores, resgatada pela Mocidade da Praia para seu desfile. E o que não faltou foi canto da comunidade para defender seu samba, que fez um passeio saudoso e nostálgico pelas memórias da agremiação, que teve início na Batucada.

Entre os componentes da agremiação, experiência de quem já desfilou na Marquês de Sapucaí. Nani Ferreira é porta-bandeira há 18 anos e desfila na Unidos da Ponte. Há seis anos, recebeu o convite da Mocidade da Praia para conhecer o Carnaval de Vitória e se apaixonou! “É uma delícia estar aqui, a receptividade das pessoas, o carinho, é encantador. A gente se apaixona”, afirmou.

A escola entrou com um casal real à frente de sua bateria. Jorge Lisboa está no segundo ano como rei dos ritmistas. “A comunidade me convidou para ser rei de bateria porque, além de trazer o samba, sou uma pessoa simpática e extrovertida. Estava faltando a composição desse lado masculino junto com as baterias. É um complemento”, ressaltou.

Estreando como rainha, Tauane Ernesto estava visivelmente emocionada. “É diferente cantar a própria história, cantar a comunidade, parece que o coração bate mais forte. Eu nasci no samba, mas cheguei à escola há pouco tempo. Era um sonho meu ser rainha e estou realizando hoje. Só tenho gratidão ao universo, vibrando alegria pela minha escola”, disse.

O mar e todos os amores

O desfile começou fazendo menção ao início da história de amor entre o pescador Dondon e sua amada Dona Neném, ao nascimento do Iate Clube, suas regatas, velejadores e lazer. A comissão de frente, “É sobre amar, é sobre o mar”, encenou a história de amor entre o pescador da Praia Formosa, seu Dondon, e a indígena benzedeira de Goiabeiras Velha, Dona Neném, abençoada por São Pedro, padroeiro dos pescadores.

Acompanhando o casal estavam as marisqueiras da região do Vale do Mulembá e os pescadores da praia. Com trabalho da coreógrafa Giovanna Gonzaga, o barco foi o elemento cenográfico escolhido para unir todos os componentes da comissão.

Saudando a Rainha do Mar, Edgard dos Anjos e Grasielly Cardoso, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, homenagearam Iemanjá e seus filhos em um bailado de agradecimento por aquilo que o mar proporciona e por tudo que ele representa.

Matriarcas da escola, as baianas personificavam Dona Neném, a benzedeira, seguidas da ala de pescadores representando a figura de Dondon.

O abre-alas da escola convidava a um mergulho nessa história. “Mar de pescar, mar de velejar, mar de amar”. Pintando o Sambão do Povo de azul, a alegoria representava o mar de Praia Formosa, onde fica o Iate Clube, e que foi a primeira moradia do casal que conduziu o desfile.

A regata volta da Taputera, que é realizada nas águas da Baía de Vitória, fechou o primeiro setor do desfile.

Flores em todos os cantos

O segundo setor da escola contou o início da Batucada da Praia, além de passear pela história da Praia do Canto, levando para o desfile da Mocidade clubes de futebol e de natação, escolas de balé, instituições de ensino, personalidades do bairro e a padroeira, Santa Rita de Cássia.

E nada melhor para começar contando a história da batucada do que trazer a bateria da escola de samba! À frente dos ritmistas, a rainha das flores, Tauane Ernesto, ao lado do rei das flores, Jorge Lisboa, apresentavam a bateria comandada por Mestre Thuco aos foliões e aos julgadores. Os componentes representavam a Batucada que, mais tarde, deu origem à Mocidade da Praia.

A tradicional ala de passistas, “Se tem batuque na mão, tem samba no pé”, levaram para a avenida as figuras das cabrochas e malandros, figuras brincantes do carnaval.

O Centenário Futebol Clube e os jogos praianos, realizados pelo Praia Tênis Clube, também passaram pela avenida nesse resgate histórico da Praia do Canto. A segunda alegoria, “O bonde da saudade”, lembrou o meio de transporte que tomava as ruas da capital capixaba nos anos de 1950 e tinha como ponto final a Praia Comprida. No bonde, famílias inteiras se deslocavam para curtir um domingo de sol com suas boias de pneus de caminhão e delícias culinárias preparadas para passar o dia em frente ao mar. Nos trilhos do bonde, a agremiação saudou a boemia.

Entre as personalidades do bairro, apareceram dona Lenira Borges, professora e bailarina que já formou milhares de bailarinas na mais antiga escola de balé de Vitória, e Maurício de Oliveira, o pescador de sons e um dos maiores compositores da música capixaba.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira mirim, Rhobson Carlos e Margarida Alcântara vestiam fantasias fazendo alusão aos antigos uniformes da tradicional Escola Primária Irmã Maria Horta, que fica no bairro. Outra escola que compôs o desfile da Mocidade da Praia foi o Colégio Sacré-Coeur de Marie. O tripé Santa Rita Padroeira, encerrando o segundo setor, era ladeado pelos 12 anjos que teriam conduzido a santa aos céus.

Minha Mocidade e outros amores

Com representações em fantasias, alegorias e adereços que remetiam aos carnavais importantes da agremiação a partir da transformação da Batucada em escola de samba, o último setor do desfile destacou também a criação do “navegador noturno” Ronaldo Nascimento, que batizou a região de bares conhecida como Triângulo das Bermudas, tradicional local de comemorações da capital capixaba.

1972 foi ano que marcou a transformação da batucada em escola de samba. O primeiro enredo apresentado no Carnaval de Vitória, em 1973, “Otinho e Rosinha”, inspirou a fantasia do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade, Wagner Rangel e Nani Ferreira.

Os enredos “Zé Pereira”, que marcou a escola, “O mar, suas belezas e magias”, que conquistou o primeiro título, e “Cacau: de Nice a Montezuma”, segundo campeonato da agremiação, também foram lembrados na avenida.

A terceira alegoria, “Partiu Triângulo, comemorar!”, promoveu a carnavalização do local. É lá que os componentes da escola esperam comemorar a conquista do título do Grupo de Acesso A.

Prefeitura de Vitória ES


Mocidade da Praia celebrou 75 anos de batucada em desfile no Carnaval de Vitória

Foto Destacada na Matéria sobre “Prefeitura Municipal de Vitória”

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