Utilizar a arte como ferramenta para promoção da integração, do autoconhecimento e como remédio contra a baixa autoestima, são os objetivos da oficina de gravura, que ocorre nesta quinta-feira (4), no novo Acolhimento Institucional para Adultos e a Famílias de Vitória, equipamento da Secretaria de Assistência Social (Semas).
A oficina usa a gravura como ferramenta para criação de matrizes com materiais que existem no nosso cotidiano. Palitos de churrasco, bandejas de isopor e folhas de ofício, serão utilizados para a produção de cartões para escrita criativa, que promete estimular a imaginação dos acolhidos que participarão da oficina, ministrada por Mônica Kruger Rodor.
Durante a oficina, que ocorre das 14h às 16h, será apresentada a técnica de gravura aos acolhidos, que poderão dar asas a imaginação desenvolvendo desenhos livres, fazendo aplicações com tinta em papel e desenvolvendo a escrita criativa, a partir da imagem produzida com a matriz em isopor.
A Gerente de Proteção Social Especial de Alta Complexidade da Semas, Anacyrema da Silveira, fala sobre a importância desse tipo de atividade para o estímulo e auxílio aos acolhidos. “A utilização de atividades lúdicas nas intervenções com a população em situação de rua promove uma série de benefícios que aliados ao trabalho social desenvolvido no acolhimento institucional, cooperam para o processo de saída das ruas e retorno ao convívio familiar e comunitário”, explica.
Cintya Schulz, secretária de Assistência Social de Vitória, explica que a Assistência Social trabalha para que as pessoas possam superar a situação de rua, e, para tal, os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (Suas) realizam um trabalho pautado no diálogo, em conhecer a história de cada indivíduo e a partir daí intervir de forma acertiva. “A arte é um instrumento poderoso de socialização e de expressão e contribui nesse processo. Agradecemos enormemente a artista que conduzirá essa oficina com nossos acolhidos e continuamos trabalhando todos os dias para transformar a vida das pessoas a partir de políticas públicas”, afirma.
A oficineira
Mônica Kruger Rodor é formada pela Ufes em Artes Plásticas, realizou pesquisas com encáustica e batik e fez algumas exposições no início dos anos 90. Em Nova Venécia, teve um ateliê de estamparia e prestava serviços na área. Também ministrava oficinas a convite. Foi convidada para trabalhar com a disciplina de Artes na rede estadual em 2004 e desde então passou a atuar como professora, atuando na rede municipal de Nova Venécia, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e rede estadual. Hoje, atua como supervisora escolar e desde 2022 retomou seu projeto pictórico e, em paralelo, cursa Arteterapia.
Acolhimento
O Acolhimento Institucional de Vitória tem capacidade para acolher 50 adultos e famílias em situação de rua, ou em vulnerabilidade e risco social. A criação do abrigo tem como objetivo assegurar o acesso da população de rua aos direitos sociais e assim, contribuir para superação das vulnerabilidades e para a reconstrução de vínculos sociais e familiares.
Em 2022, o espaço acolheu, aproximadamente, 450 pessoas. Todas receberam orientações individuais e encaminhamentos para serviços socioassistenciais que visam contribuir com o fortalecimento dos vínculos interpessoais e familiares.
Oficina de gravura promove integração e estimula acolhidos de abrigo da capital