Por Luciano Sansão
A Região Sul litorânea vem passando por um novo período de estiagem e em época atípica, pois o período seco inicia agora, juntamente com o tempo mais frio.
Fácil de entender a importância em tempos pós pandêmicos, olhando os preços dos produtos agrícolas que estão valorizados e caros para a população, gerando inflação.
Todo ano que ocorrem períodos de maior estiagem, em épocas não esperadas (outono/inverno), lembro-me dos conceitos acadêmicos que onde estive tentei planejar, implantar e sensibilizar, mas o clima depois retoma o período de chuvas e caímos no esquecimento.
Novamente, retomo a conversa lembrando da implantação de pequenos barramentos, que quando feitos com técnica, tem uma durabilidade elevada, possibilitando enormes ganhos para nossos agricultores e seus familiares, como:
Valorização da propriedade rural;
Possibilidade de implantação de aquicultura, no reservatório d’ água;
Refúgio da fauna silvestre, com ganhos na polinização, controle natural de pragas e doenças, melhoria do microclima local;
Maior oferta hídrica para regularização de água para as nascentes;
Oportunidade de usar a irrigação;
De forma sintética, pois os benefícios de reservar água na propriedade agrícola nos permitiria avançar e aprofundar o tema, mas observa-se a importância de organizar e implantar políticas públicas voltadas para o armazenamento e aproveitamento da água de chuva, que atualmente, com o desmatamento intensivo, uso intensivo dos solos e seu depauperamento, urge-se tais medidas para o presente.
Poderia discorrer que cheguei a enviar para um gestor um projeto de Lei pronto para ordenar tal política e ainda, que junto a vários conselheiros cheguei a colocar como sendo uma contra-partida das mais importantes para o agricultor e sua família, haja vista, que um barramento, quando bem cuidado, com manutenção adequada, muito simples por sinal, dura dezenas de anos. Qual agricultor ao ver suas nascentes retornando, ao ter a oportunidade de ligar os equipamentos de irrigação em períodos de estiagem ou ao deixarem suas terras para seus descendentes o fazerem com água, não ficará feliz e assistido pelos Governos?
Assunto rápido, curto e que deve ser discutido entre os gestores, agricultores, legisladores e outros atores que pensam em uma agricultura moderna (uso das técnicas de irrigação), sustentável (com manutenção dura dezenas de anos) e sucessiva (passando para as futuras gerações), com sustentabilidade econômica, ambiental e social.
Que o setor agrícola utilize suas terras com alcance social, respeite o ambiental e que o setor público renove e que ambos, sejam eficientes, dialoguem e tragam paz e frutos ao presente e oportunidades e riqueza para o futuro.
Luciano Sansão – Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduado em Gestão Ambiental, Políticas Públicas Municipais e Educador Ambiental.