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sexta-feira, maio 17, 2024
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Pessoas com paralisia cerebral cobram direitos – Notícias da ALES

Nesta sexta-feira, 6 de outubro, foi realizada uma sessão especial na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) para debater a criação do Dia Estadual da Paralisia Cerebral (PC). A mesma data já é referenciada como Dia Mundial da Paralisia Cerebral em 75 países. Trata-se de um movimento de pessoas com PC, suas famílias e as organizações de apoio, com o objetivo de garantir os mesmos direitos, acessos e oportunidades que qualquer outra pessoa na sociedade.

Proponente da sessão especial, o deputado Tyago Hoffmann (PSB) abriu o microfone para que as famílias expusessem suas demandas. Entre as muitas queixas apresentadas estão dificuldades com pedidos de órteses, demora de atendimento, falta de equipamentos adaptados, medicamentos, profissionais na saúde, principalmente neuropediatra, além de profissionais na educação.

Fotos da sessão 

Priscila da Silva Estevão contou que foi até Minas Gerais para que o filho Pietro recebesse atendimento. Lá, percebeu uma grande diferença entre os serviços prestados na rede pública:

“A estrutura oferecida pelo Centro de Reabilitação mineiro é bem superior à do capixaba, desde a recepção até a presença dos especialistas. O atendimento é multidisciplinar e os profissionais discutem o caso do paciente no local, fazem exames necessários. Meu filho, por exemplo, fez o treino de marcha, com isso eles fabricam ou fazem empréstimo de andador de acordo com a necessidade dele. Aqui no Espírito Santo, o andador é padrão”, explicou.

A principal reclamação das famílias foi referente ao serviço Mão na Roda, da Companhia Estadual de Transportes Coletivos (Ceturb), que desde o ano 2000 atende às necessidades de pessoas com deficiência motora em seus deslocamentos, por meio de miniônibus adaptados.

Uma das dificuldades levantadas foi a de agendar viagens, já que a empresa pede antecedência de dois dias para o agendamento, enquanto algumas consultas são avisadas pelo hospital de um dia para o outro. “A qualidade do serviço está ruim, o tempo de espera, longo, e temos dificuldade para agendar. Se a demanda está maior, eles deveriam colocar mais carros”, solicitaram Rosangela Bogio, mãe adotiva de Kaio Ícaro, e Andressa Zuqui, mãe da Ana Beatriz, além de várias outras mães e cadeirantes.

A diretora financeira da Ceturb, Madalena Santana, reconheceu todas as dificuldades colocadas pelas famílias e pediu desculpas. “O processo licitatório é antigo e, no próximo ano, vamos fazer uma nova (licitação). Vamos trabalhar para aumentar a frota e ter um atendimento mais digno para vocês”. A diretora também disse que reuniões serão feitas para encontrar mais soluções para melhorar o atendimento e atender às demandas.

Representando o governo do Estado, o assessor especial da Casa Civil João Bosco – conhecido como Bosquinho – é membro do grupo de trabalho criado para identificar os programas desenvolvidos pelas secretarias estaduais em prol das pessoas com deficiência. “O que a gente vê aqui é o retrato de uma categoria de pessoas vistas, mas invisíveis. O preconceito dói, e eu sei disso. Temos que ter fé em Deus para suportar, mas não podemos sucumbir a isso”, orientou.

Segundo Bosquinho, no Espírito Santo são 400 mil pessoas, ou seja, 9% da população, com alguma deficiência. “Não precisamos de novas leis, mas precisamos fazer com que as leis existentes sejam cumpridas, esse é nosso desafio”, afirma.

A presidente da Associação Capixaba de Paralisia Cerebral, Erika do Nascimento Almeida, agradeceu pelo espaço dado a tantas famílias para que pudessem externar seus descontentamentos. “Eu tenho certeza de que vocês vão olhar com carinho para todas essas mães que falaram, a dor, a angústia, esse pesadelo que elas vivem todos os dias. Eu tenho certeza de que vou levar para a associação um avanço dessa política pública”, partilhou.

O deputado Tyago Hoffmann se comprometeu a acompanhar todas as reuniões e tomar providências para atender às demandas das famílias. “A empresa que errou uma órtese precisa ser punida. Além disso, não há condições de uma cadeira de rodas demorar dois anos para ser entregue. São muitas dificuldades, falta de atendimento, falta de bom trato com as famílias. Isso tudo precisa ser revisto. Sobre o serviço Mão na Roda, vamos aguardar mudanças para o ano que vem, conforme explicou a diretora Madalena”, anunciou. 

Estiveram presentes ainda as representantes da Secretaria de Estado da Educação, Giovane Berger; da Secretaria de Estado da Saúde, Vanessa Suzana Costa; além dos vereadores Joel Rangel (Vila Velha) e Amarildo Araújo (Cariacica).

Dificuldade de acesso ao transporte público adaptado, qualidade das órteses e tratamento oferecido no estado foram alguns pontos levantados por pacientes e seus responsáveis

Pessoas com paralisia cerebral cobram direitos

Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES

Pessoas com paralisia cerebral cobram direitos

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