Políticas públicas efetivas na área de segurança e uma mudança no protocolos das polícias foram alguns dos principais assuntos abordados durante a visita técnica que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Ales) fez ao Projeto Território do Bem, na Paróquia Santa Teresa de Calcutá, no Bairro Itararé, em Vitória. As deputadas Camila Valadão (Psol) e Iriny Lopes (PT), respectivamente, presidente e vice-presidente do colegiado, participaram da reunião.
“Essa foi uma deliberação da nossa comissão para ouvir a comunidade do Território do Bem, os vários bairros que integram essa comunidade e vêm enfrentando, nos últimos tempos, um conjunto de violências e violações que expõem essas pessoas à dificuldades de acessarem direitos básicos, como, por exemplo, o direito de ir e vir, o transporte público, além de ser uma região que vem enfrentando muitos casos e denúncias de violência policial e a gente veio aqui hoje para ouvir quais as demandas”, relatou a deputada Camila Valadão.
“Viemos aqui para ouvir dessas pessoas o que elas esperam do poder público para, através de políticas públicas, reduzir essa violência. Nós já sabemos que a solução não é comprar mais armas, não é comprar mais carros, não é comprar mais equipamentos. E nem colocar aqui nessa região, ou em outras quaisquer, profissionais de segurança que não estejam preparados para respeitar os direitos humanos, para respeitar as pessoas”, afirmou a deputada Iriny Lopes.
Território do Bem
Criado em 2006, o Projeto Território do Bem foi desenvolvido por líderes comunitários de nove bairros de Vitória, com o objetivo de mudar o estigma de violência atrelado a essas comunidades. Compõem o projeto os bairros da Penha, Bonfim, São Benedito, Consolação, Gurigica, Itararé, Jaburu, Engenharia e Floresta. A iniciativa é desenvolvida e coordenada por diversos líderes, entre elas o coordenador do Fórum Bem Maior, Cosme Santos de Jesus.
“O fórum de moradores do Território do bem consiste em organizar as lideranças e os moradores, para juntos irmos em busca de melhorias e de soluções para os diversos problemas que nós temos aqui em nossas comunidades, problemas de todas as ordens. Com o nosso trabalho, com a nossa união, já conseguimos muitas coisas, desenvolvemos muitas ações em cada região, porém, os desafios ainda continuam”, disse o coordenador.
Entusiasta e ativista da causa, o Padre Kelder Figueira falou da importância de ouvir as pessoas que moram nessa região e que enfrentam esses problemas no dia a dia. “Não é de hoje que os movimentos sociais e a periferia, de um modo geral, tentam fazer ecoar a sua voz nos espaços institucionais, chamando a atenção das instituições e do poder público para a violência cotidiana que acontece aqui no nosso meio, especialmente aqui no nosso território, que é o Território do Bem”, pontuou.
“Então a gente conseguir uma diligência da Comissão de Direitos Humanos, ter essa representatividade institucionalizada, é muito importante porque legitima aquilo que a sociedade civil está falando, aquilo que os moradores que sofrem com a violência, com a violação constante dos direitos humanos, principalmente por parte do Estado, o que já vem sendo denunciado há décadas aqui no Espírito Santo”, complementou o padre.
A líder comunitária dos bairros Floresta e Consolação, Ivete Pereira de Souza, falou um pouco de como os moradores da região se sentem. “Nós nos sentimos apavorados e acuados, ao mesmo tempo. A gente gostaria que existisse mais segurança. (…) A gente precisa de ajuda, de pessoas que desenvolvam mais projetos, da ajuda do poder público, porque sozinho a gente não vai conseguir não”, desabafou.
Novos protocolos de atuação das polícias foram um dos assuntos discutidos na visita técnica da Comissão de Direitos Humanos a projeto comunitário desenvolvido na região de Itararé, em Vitória
Território do Bem recebe visita de comissão da Ales
Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES
Território do Bem recebe visita de comissão da Ales