Alinhamento: termo que pode ser utilizado de diversas formas, como descrever a ação de colocar algo em uma linha reta ou em uma posição correta em relação a um determinado referencial. Foi, justamente, esse o nome do encontro realizado na quinta-feira (23), no Parque Von Schilgen, pelos trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas), que atuam no Serviço de Atendimento no Domicílio para pessoas com deficiência e pessoas idosas (SAD) de Vitória.
Um evento que promoveu alinhamento conceitual e oficina sobre registro e produção de relatórios. O que para muitos pode parecer apenas um encontro burocrático para definir regras, para quem atua na Assistência Social e, em especial, no atendimento a pessoas com vulnerabilidade social, em suas mais diversas definições, esse processo de formação representa chegar antes que a situação se agrave ainda mais.
De acordo com a supervisora do SAD, Marília Barcelos Dal Cól, o alinhamento é uma estratégia essencial para alavancar os resultados e alcançar metas de vida para esses munícipes através da oferta de um serviço de qualidade.
A gerente de Proteção Social Básica (PSB), Gerência de Atenção à Família (GAF), Cremilda Astorga, destacou que o alinhamento é mais uma forma de mostrar para as equipes o papel de cada profissional dentro do serviço, que a tecnologia do Suas são os trabalhadores e de valorizar instrumentais essenciais para o serviço. “O fortalecimento desse serviço depende de cada trabalhador, de todos entrosados e conectados com as demandas dos munícipes e utilizando metodologia qualificada de proteção social”, defende Cremilda.
Durante o encontro, a coordenadora da Gestão do Trabalho (CGT/GPGS), Silvana Galina, disse à equipe que o alinhamento é necessário para que as equipes compartilhem todas as estratégias já utilizadas e possam pactuar e institucionalizar fluxos em busca de garantir acesso a direitos.
“Todos nós pensamos o serviço. É fundamental aprimorar o fluxo entre as equipes, Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e Sad, por exemplo, além do modo de comunicação e as contribuições interdisciplinares para os casos das famílias atendidas. Isso traz integralidade ao atendimento dado pela equipe SAD e pensando em um atendimento que atenda as demandas de forma completa ou que abranja todos os encaminhamentos necessários as demais Políticas Sociais”, defendeu Silvana.
Atendimentos
Nesses dez meses desde sua criação,162 usuários passaram a ser acompanhados pela equipe SAD. Desse total, dez faleceram, dois mudaram de endereço e três solicitaram o desligamento.
Num levantamento feito pela equipe foi constatado que 46 desses usuários tem 80 anos ou mais; 101 deles são pessoas que se declaram pretas ou pardas; 110 são mulheres e 51 são homens; e 63 desses atendidos moram sozinhos, mas possuem rede de convívio com a comunidade frágil.
A formação teve a presença de 18 profissionais da equipe Sad, além de dois supervisores da Gaf e dois profissionais da GPGS.
Para a Assistente Social Dayse Luciane Belem Matias, participar do processo de alinhamento é importante para entender como o serviço está sendo monitorado e acompanhado por outros serviços. “Ter um padrão de atendimento se faz necessário para que o serviço funcione e alcance os impactos esperados na vida de cada munícipe atendido”, disse ela.
Pela primeira vez participando de um processo de formação do SAD, a educadora social Ana Carolina da Silva Valadares, que atua na equipe do SAD do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Izaltino Alves Território de São Pedro I, o momento é de agregar conhecimento para assegurar um atendimento ainda mais qualificado. Ela disse acreditar que após essa formação os processos serão mais ágeis, “havendo mais agilidade no encaminhamento dos munícipes ao SAD“.
Na avaliação da também educadora social Rosiane de Barros, do Cras Parque Moscoso Território Centro, o encontro possibilita dirimir dúvidas. “Desta forma, as equipes podem atuar de forma mais precisa na busca dos resultados: manter o vínculo familiar, reduzir possíveis violações, fortalecer as ações e atingir a excelência na prestação do serviço”, elencou ela.
Na opinião da assistente social Dayse, saber que o serviço está sendo monitorado é muito importante. Para ela, o ponto alto do encontro foi a ênfase dada pela supervisão de que “o SAD é um direito do cidadão. Ter um padrão de atendimento para que o sistema funcione, garantindo que o munícipe acesse outros serviços”.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, a gestão da Assistência Social enfatiza a importância da Educação Permanente e da qualificação dos trabalhadores do Suas, todas as ações organizadas visam o aprimoramento dos serviços e melhoria no atendimento aos munícipes. Cintya considera essencial o envolvimento de profissionais nos processos e ações para que se viabilize e garanta os direitos sociais aos cidadãos.
Trabalhadores do Serviço de Atendimento Domiciliar participam de encontro