Mais que panos de prato pintados à mão, conjuntos americanos de crochê e vasos de plantas, os produtos confeccionados pelas munícipes do grupo terapêutico da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Santo André e expostos para venda, também significam promoção de saúde, de autonomia e de bem-estar. Nesta quinta-feira (7), foi a primeira exposição para venda dos trabalhos manuais feitas pelo grupo denominado “As Guerreiras”.
Dentre os objetivos da ação, estão divulgar o serviço em saúde mental para a comunidade e reforçar entre as pacientes que o cuidado deve ser expandido para fora da unidade de saúde. “A saúde faz parte da vida, se expande para além do remédio e da consulta. Quando os pacientes circulam pela comunidade, socializam, aprendem sobre eles mesmos, seus limites, sobre as possibilidades em que podem avançar e sobre autocuidado”, explica a psicóloga, Anísia Crevelin de Sousa, uma das responsáveis pelo grupo.
A assistente social Noemia do Nascimento Butzke, que também coordena o grupo “As Guerreiras”, conta que a ação foi planejada em parceria com os Centros de Atenção Psicossocial de Vitória (Caps) e assim, a exposição ganhou, também, algumas atividades terapêuticas desenvolvidas pelos Centros. “A atenção psicossocial pode estar em todos os espaços, principalmente no território. Por essa integração da atenção básica, nas unidades de saúde, com a atenção especializada, representada pelos Caps, buscamos reforçar que a lógica da atenção psicossocial é o acompanhamento em liberdade e na comunidade para todos os pacientes”, explica.
Para a diretora da unidade, Leila Machado, o grupo terapêutico é uma importante ferramenta para a saúde dessas munícipes.
“Eu percebo o quanto elas interagem, se importam uma com as outras, como se fossem uma família. É muito lindo. E ver a equipe abraçando esse projeto me deixa muito feliz, principalmente porque sabemos que os grupos terapêuticos são muito eficazes no tratamento da saúde mental”, afirma.
Mulheres Guerreiras
Força, bem-estar, apoio e amizade. Tudo isso é encontrado e construído pelo grupo de apoio terapêutico “As Guerreiras”. Assim define uma das participantes mais antigas do grupo, Ivanete Antonia (Vanda) de Azevedo Boles, de 62 anos.
“Eu acho que somos todas guerreiras. Além de fazermos as coisas de casa, também vamos para o grupo, nos ajudar, acolher quem chega. E depois de passarmos um tempo juntas, todas estamos bem, até quem disse que não iria porque estava chorando, volta pra casa se sentindo mais leve, sem tristeza. Isso é animador”, conta.
A participação no grupo depende de uma avaliação da equipe da Estratégia de Saúde da Família da UBS, junto à equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Unidade de Saúde de Santo André expõe trabalhos feitos por grupo terapêutico