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Câncer de mama: vida além do diagnóstico – Notícias da ALES

Receber um diagnóstico de câncer não é fácil. Junto com ele, surge uma série de medos, inseguranças e preocupações. Além disso, durante o tratamento, o paciente precisa lidar com os efeitos colaterais da medicação, dores e angústias. Nessas horas, práticas integrativas, exercícios físicos e pensamento positivo têm se mostrado grandes aliados na jornada dos pacientes oncológicos.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) são técnicas que visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aliviar sintomas e efeitos colaterais do tratamento, bem como fornecer suporte emocional e psicológico durante o processo terapêutico. Elas são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Arteterapia

Entre as técnicas disponibilizadas pelo SUS está a arteterapia. No Espírito Santo, a atividade é oferecida há cinco anos aos pacientes oncológicos do Hospital Santa Rita de Cássia, referência no tratamento da doença no estado. Estudo de caso realizado junto a 12 mulheres (10 com câncer de mama) assistidas pelo projeto constatou os efeitos positivos da terapia.

As mulheres foram convidadas a preencherem um questionário de anamnese para avaliar os benefícios da arteterapia e observar a transformação de cada uma delas durante o processo, explica a arterapeuta Tatiana de Oliveira, que coordena o projeto no Santa Rita.  

A análise final dos formulários identificou as principais palavras utilizadas pelas participantes para descrever suas queixas iniciais e, posteriormente, os resultados obtidos com a técnica.

Entre os sentimentos predominantes no início, destacam-se “ansiedade, rejeição, tristeza, medo, depressão, baixa autoestima”. Já para descrever os resultados da arteterapia, as mulheres usaram termos como “confiança, acolhimento, entendimento, autovalorização, motivação, coragem, ânimo, força”. 

Arte de nuvens de palavras quanto às queixas das pacientes e benefícios da arteterapia
Rozana Cenachi foi uma das mulheres que participaram do estudo de caso de Tatiana. Aos 39 anos, após passar por duas cirurgias, oito ciclos de quimioterapia e 30 sessões de radioterapia para tratar a primeira fase do câncer de mama, Rozana conheceu o projeto.

“Meu primeiro contato com a arteterapia foi lá no Centro de Vivência Casa Rosa. Eu não conhecia, nunca tinha ouvido falar. Em 2019, a Tati me chamou para fazer um caderno de receitas afetivo e esse caderno me remeteu à minha infância. E a arteterapia é isso, ela trabalha as emoções. Na época eu estava com muita ansiedade, tinha terminado o primeiro tratamento e estava passando por muitas coisas”, lembra.

A paciente conta que a técnica a ajudou a se conhecer melhor. “(…) foi a melhor coisa que aconteceu. Através do autoconhecimento, pude me conhecer mais a fundo e ter um desenvolvimento melhor no meu tratamento”, avalia Rozana.

A arteterapeuta Tatiana de Oliveira, autora da pesquisa e coordenadora do projeto do Santa Rita, atesta que “a arteterapia é um recurso que usa a arte como ferramenta para trabalhar o inconsciente e tem benefícios em diversos transtornos como ansiedade e depressão.”

Tatiana explica como é realizado o projeto de arteterapia no Santa Rita: o processo tem duração de três meses, período no qual a pessoa com diagnóstico de câncer passa por 12 vivências oferecidas na Casa Rosa, espaço de acolhimento da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Affec), entidade mantenedora do hospital. 

Ela pondera que não se trata de artesanato, mas de “modalidade terapêutica que faz uso de recursos expressivos para promover o autoconhecimento, visando o bem-estar emocional e social do indivíduo”, diz a arterapeuta, que também atua como profissional do A.C.Camargo Cancer Center, referência no tratamento de câncer em São Paulo. 

Por meio de portaria, a arteterapia foi incluída em 2017 na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). Segundo o Ministério da Saúde, as PICs são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. 

Além da arteterapia, também são práticas integrativas a meditação, o reiki e a ioga. De acordo com o oncologista clínico Vitor Fiorin, as PICs devem ser escolhidas com base em evidências. “Quanto às chamadas práticas integrativas, cada vez mais as evidências sugerem um auxílio na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Quando bem utilizadas e sem excessos (…)”, afirma. 

Para a psico-oncologista Maria da Glória Gimenes, no processo de escolher a técnica é importante que o paciente encontre o que lhe fortalece. “Sempre tem sofrimento, mas dá pra amenizar. A pessoa precisa responder a pergunta ‘que técnicas posso usar para me fortalecer?’. Olhar para as pequenas conquistas, procurar uma espiritualidade que faça sentido, que fortaleça”, destaca a pesquisadora e professora do A.C.Camargo Cancer Center.

Pensamento positivo

Em fevereiro de 2016, Germaine Tillwwitz recebeu o diagnóstico de câncer de mama metastático. A doença da mãe de Sara, 9 anos, e Laura, 11 anos, não tem cura. Desde então, Germaine convive diariamente com cuidados paliativos e, mesmo assim, mantém uma atitude positiva diante da doença. 

“Eu nunca imaginei assim ‘ah, eu vou morrer rápido’. Eu vou fazer esse tratamento pelo tempo que tiver que ser, e vai dar certo pelo tempo que tiver que ser. É claro que não é fácil receber o diagnóstico (…), mas a gente tenta viver da forma mais leve possível”, pontua.
 

Exercícios físicos, práticas integrativas, grupos de apoio e sentimentos positivos são importantes aliados para garantir qualidade de vida durante o tratamento

Câncer de mama: vida além do diagnóstico

Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES

Câncer de mama: vida além do diagnóstico

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