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quinta-feira, maio 2, 2024
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São José de Anchieta e a celebração do Nascimento de Jesus

Pioneiro de muitas artes, Anchieta também o foi na arte de representar a natividade. E assim, com cerâmica indígena, prosseguiu na tradição de contemplação da encarnação de Deus em Jesus Cristo, no cenário histórico do presépio, e do poema.
Uma data para celebrar a Luz do Mundo
Quis a tradição cristã fixar a data do nascimento de Jesus (Lc 2, 1-21) a 25 de dezembro, dia do solstício de inverno no hemisfério norte. Importante data que marcava o nascimento do deus Sol no calendário do Império Romano, sob a égide do qual nasceu Jesus.
Pouco depois do final da última grande perseguição ocorrida no ano de 330 a Igreja em Roma assumiu o dia 25 de dezembro como marco da celebração da Natividade. Assim, associar a vinda de Jesus, que é a Luz do Mundo, àquela data e festejo era perfeitamente compreensível. Menos de dois séculos depois o Natal tornara-se uma festa tão importante que passou a marcar o início do ano religioso. E, pelo século X, o ato do Advento tornara-se parte do Natal com o ano eclesiástico a iniciar-se na primeira segunda-feira do Advento.
Na segunda metade do século XVI, à medida que os missionários jesuítas introduziam o Cristianismo aos povos indígenas brasileiros trouxeram as festividades do Natal com eles, ajudando assim a colorir, com novas tintas, um cenário vivo já de si exuberante como a da chegada do verão nas latitudes da terra de Vera Cruz.
São José de Anchieta construiu com os indígenas o primeiro presépio
Evangelizador excelente, São José de Anchieta foi chamado a usar a sua arte de escritor em tema natalino a pedido do Pe. Manuel da Nóbrega que lhe solicitou uma peça teatral para o Natal mais adequada à realidade local, uma primeira versão Da Pregação Universal foi apresentada na aldeia de Piratininga que teve, posteriormente, uma variante a pensar especificamente no público indígena e se chamava Na Festa de Natal ou de Na Festa de São Lourenço, adaptado aos índios da aldeia de São Lourenço, atual Niterói, fundada por Araribóia, chefe dos Temiminós da aldeia de São João (Carapina) que do Espírito Santo foram ajudar na conquista da Guanabara e fundação do Rio de Janeiro..
Em São Vicente o Irmão José de Anchieta, apresenta pela primeira vez o Presépio aos índios e filhos de colonos, fins do ano de 1553. Confeccionado junto com os índios, utilizava as técnicas da arte dos nativos ceramistas na preparação da cerâmica e na modelagem do barro. Assim prosseguiu na tradição do natal em tempos do Irmão José de Anchieta e aos dias atuais na tradição católica no Brasil, a contemplação da encarnação de Deus em Jesus Cristo no cenário histórico do presépio.

O tema do nascimento de Jesus e a oportunidade de explicar as principais passagens e sentido da vida do Salvador do Mundo era catequeticamente extravasado das peças teatrais e do Catecismo; sua alma poética levou-o à construção do diálogo entre um pecador e o menino Deusmenino mui formososanto menino nas palhinhas deitado para “salvação (…) do pecado”.

 

Em seu poema à Virgem dedica São José de Anchieta ao Brasil sua mensagem de Natal.

“Ó noite, na qual a escuridão sombria é repelida, e a sua cor É retirada das coisas nesse imenso mundo, Noite em que Deus se eleva revolvido em um corpo de criança, Ele que a arca da Virgem resguardou por nove meses! Ó feliz Virgem, rogo-lhe aquela grande alegria que, silenciando-se a noite, tocou o fundo do teu coração, Quando ante o teu olhar repousou o pequenino bebê, aquele que Emanou do Verbo do Pai, perante a nova estrela da manhã.”

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